Sem categoria

Tropa de choque invade ocupação à faculdade de Santo André

Policiais militares da tropa de choque invadiram por volta das 2h30 desta quinta-feira (18) o prédio da Fafil (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências) do Centro Universitário Fundação Santo André, em Santo André, na Grande São Paulo, para cumprir um ma

A saída do prédio foi pacífica porque professores e estudantes, depois de menos de uma hora de negociação, resolveram sair. Segundo Lúcia Rodrigues, professora da História da Economia, os policiais estavam fortemente armados e todos os professores foram obrigados a sair em fila do prédio e entregar os documentos, caso contrário seriam presos.


 


Segundo os manifestantes, Bermelho fazia uma ''péssima gestão'' na Fundação. Os estudantes também exigiam contratação de professores e melhorias nos cursos.


 


Na quarta-feira (17), os estudantes grevistas já haviam decido, em assembléia realizada no prédio da Fafil, que permitiriam a entrada da polícia no edifício ocupado para negociar a reintegração de posse do espaço.


 


A decisão de estudantes e professores se deu após rumores de que policiais chegariam ao centro universitário às 23h de quarta-feira para cumprir a reintegração de posse do prédio ocupado.


 


“Podem vir, não estamos criando forças para que não entrem”, disse uma estudante que não quis ter o nome revelado. A minoria dos presentes optou por negociar com a polícia fora do prédio da Fafil.


 


Reintegração


 


Na terça-feira (16), a juíza Vanessa Carolina Fernandes Ferrari, da 3ª Vara Cível de Santo André, concedeu liminar ordenando a reintegração do prédio à instituição de ensino.


 


De acordo com o advogado da Fundação Santo André, Carlos Alberto Nunes Barbosa, a ação judicial foi a medida encontrada para normalizar a situação do centro universitário e retomar as aulas. Nesta quinta-feira, a ocupação do prédio pelos universitários completaria 33 dias.


 


Na tarde de quarta-feira, uma comissão de negociação se reuniu com os alunos grevistas que ocupavam o prédio da Fafil.


 


De acordo com os estudantes, o grupo formado por quatro professores de outras faculdades da instituição além de advogados, informou ter sido escolhido pela Fundação Santo André para “apaziguar os dois lados”.


 


Greve continua


 


Segundo os estudantes, no entanto, a não-resistência frente a ação da polícia para fazer a reintegração de posse não significará o fim dos protestos.


 


Os estudantes garantem que a desocupação da Fafil, com a retirada de barracas e faixas, não fará com que a greve termine.


 


“Não estamos querendo entrar em atrito”, disse outro estudante do curso de Ciências Sociais. “Todos nós queremos voltar às aulas. Não estamos parados porque queremos”, afirmou.


 


É a segunda vez que a PM é chamada para retirar estudantes da instituição. Na primeira, em 13 setembro, alunos ocuparam a reitoria e foram expulsos no mesmo dia pela Polícia Militar.


 


Cerca de metade dos 11 mil estudantes da instituição estão em greve. Em setembro, após a tentativa de ocupação da reitoria, oito alunos foram detidos. Em soliedariedade aos estudantes, os professores também cruzaram os braços. Os manifestantes prometem seguir protestando enquanto o reitor continuar no comando da Fundação Santo André.