Vereadores, população e Prefeitura discutem medidas para áreas de risco
Discutir as medidas que serão tomadas para a prevenção e socorro de acidentes nas áreas de risco geológico de Belo Horizonte, com a proximidade das chuvas. Esse foi o tema debatido durante audiência da Comissão de Administração Pública, na terça-feira,
Publicado 18/10/2007 15:15 | Editado 04/03/2020 16:52
Participaram da reunião, os nove secretários das administrações regionais; o diretor-presidente da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel), Claudius Vinícius Leite Pereira; a secretária Municipal de Regulação Urbana, Ana Maria Ferreira Saraiva; representantes do Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte (Drenurbs), soldados do Corpo de Bombeiros, representantes dos oito Núcleos de Defesa Civil (Nudec); o secretário Municipal de Políticas Urbanas, Murilo Valadares; entre outras autoridades e lideranças comunitárias dos bairros São Lucas, Paulo VI, Granja de Freitas, Paraíso, Vera Cruz, Barreiro e Heliópolis.
“Há dois anos não registramos acidentes graves na cidade, em áreas de risco. Mas como a época das chuvas está chegando, e existem muitas obras sendo realizadas na cidade, decidimos fazer essa reunião para saber quais são os planos de atendimento às famílias que vivem nesses locais”, disse o vereador Paulão.
Em Belo Horizonte há 190 vilas e favelas, onde vivem cerca de 500 mil pessoas. De acordo com a representante da Associação de Moradores do Bairro Heliópolis, Judith Cerqueira, cerca de 15 mil moradores estão em áreas de risco.
Obras
Os líderes comunitários solicitaram, principalmente, agilidade no atendimento e na remoção das famílias. O diretor-presidente da Urbel lembrou que existem 164 obras em andamento na capital, como limpeza de fundo de vales, construção de contenções de encostas, além da remoção de algumas famílias. “Mas serão reassentadas apenas as famílias em situação de risco, porque a tendência é manter o cidadão no local onde mora. É uma questão de bom senso, pois a vida dele está organizada em função do local onde mora”, constatou Claudius Vinícius.
O Coordenador da Defesa Civil do município, coronel Walter Lucas, destacou o trabalho de prevenção que a Prefeitura tem feito nos últimos anos como um dos responsáveis pela redução de acidentes. “A cidade tem um sistema municipal de defesa civil que envolve todas as secretarias e que funciona com base em ações preventivas e de socorro, e onde a participação da comunidade tem um papel fundamental”, afirmou.
Segundo o coordenador-executivo do Drenurbs, Ricardo Aroeira, a Prefeitura está investindo cerca de U$ 77 milhões na execução de cinco obras. Três delas estão em andamento nos bairros Baleares, Primeiro de Maio e Nossa Senhora da Piedade; outras duas, nos bairros Bom Sucesso e Engenho Nogueira, serão executadas a partir do ano que vem.
“São intervenções em córregos e bacias, eliminando situações de risco e desmoronamentos. No Bom Sucesso serão removidas 440 famílias, porque esses córregos voltarão a ter água limpa e as margens não poderão ser ocupadas.É um trabalho de recuperação ambiental e reassentamento”, explicou Ricardo Aroeira.
Lei forte
O secretário de Políticas Urbanas, Murilo Valadares, disse que estão sendo construídas cerca de 4 mil moradias em Belo Horizonte, para reassentamento de famílias removidas de áreas de risco.”Estamos investindo R$ 360 milhões na construção de moradias: são 700 casas na Serra, 600 no Morro das Pedras, 1.400 na Vila São José, 300 no Taquaril, 200 na Pedreira e 718 no Vera Cruz. Mas é preciso que as pessoas parem de construir em áreas de risco, alertou.
O secretário pediu apoio da Câmara Municipal a um projeto de lei que será enviado à Casa, com o objetivo de proibir a ocupação das áreas de risco. “Não adianta fazer obras, remover famílias se a invasão não pára”, advertiu.
De Belo Horizonte
Asseossoria Ver. Paulão