Ação policial gera polêmica no Rio de Janeiro

A recente ação policial no morro da Coréia vem causando polêmica com a OAB/RJ e os movimentos sociais. ''Governo tem que levar cidadania e não chumbo para as comunidades'', disse o presidente da OAB/RJ, Wadih Damous. Já a Federação de Favelas afir

Para o presidente da OAB-RJ, a política de confronto adotada pelo governo do estado só tem como resultado as mortes e, em sua maioria, de moradores de comunidades pobres.
“Enquanto esta for a política adotada eu não vejo saída para a situação de violência aqui no Rio de Janeiro. As cenas mostradas pelas imagens da televisão refletem atos de execução. Este é o resultado desta política: execução sumária e chacinas”, concluiu.



Para o especialista em Segurança Pública, professor Newton Oliveira, a ação do governo do estado peca por não utilizar a inteligência policial. Segundo Newton é preciso fazer o enfrentamento com os traficantes, mas ao mesmo tempo é necessário investir no social. Newton regressou recentemente do Haiti, onde acompanhou as Forças Armadas brasileiras. Segundo ele, lá é um bom exemplo de combinação entre ação de repressão e implementação de projetos sociais.



O deputado federal Edmilson Valentim (PCdoB/RJ) também acredita que é preciso enfrentar o tráfico, mas para o deputado comunista a polícia não está preparada para o combate no nível de violência em que o estado do Rio de Janeiro se encontra e neste terreno as soluções não serão de curto prazo. Para Edmilson, a desigualdade social, potencializada pelas políticas neoliberais dos governos Collor e FHC, está na base deste drama.



Edmilson salienta ainda o papel da mídia, que amplifica esse clima de insegurança, e o Governo do Estado, com essas operações, busca na verdade dar resposta a essa sensação de insegurança, e não enfrenta a essência do problema. “O resultado é que a população das áreas carentes continuará sendo vítima das balas disparadas, tanto pela polícia quanto pelos traficantes”, disse Edmilson.