Professores exigem diálogo com governo do RS

Reajuste salarial e o fim do autoritarismo da secretária de Educação, Mariza Abreu, estão entre os motivos de uma possível paralisação dos professores da rede estadual de ensino. Na últim

A presidente do Cpers/Sindicato, Simone Goldschmidt, afirma que os professores entregaram ao governo do Estado uma pauta de reivindicações em Agosto. Desde então, não teria havido qualquer retorno nem tentativa de diálogo. Com o indicativo de paralisação, eles esperam negociar com o governo ainda no período de férias escolares, antes das aulas iniciarem.


 


 


“Caso o governo mantenha a sua política de desmonte da escola e do serviço público, não tenha nenhum gesto de ter disposição de negociar e não venha a negociar conosco, nós teremos a nossa Assembléia em março, e a Assembléia tem indicativo de greve”, afirma.


 


 


Além de melhorias para a educação pública, a categoria pede também um reajuste salarial. Atualmente, o menor salário dos professores estaduais é de R$ 272. Eles exigem que chegue a R$ 468,00 que é o piso regional do Estado.


 


 


Os trabalhadores denunciam, ainda, as atitudes autoritárias da secretária de Educação, Mariza Abreu. Simone lembra da formação das turmas em 2008, que deve ser realizada pelas Coordenadorias Regionais de Educação (CREs). Para ela, isso tiraria a autonomia das direções das escolas.


 


 


“A secretária tem tentado passar de todas as formas, para a sociedade, que é uma categoria de pessoas incompetentes e que acabam buscando proveito no serviço público. Bem na lógica da governadora, de que o serviço público é o grande problema da crise do Estado”, acusa.


 


Os professores também reclamam que a secretária não tem liberado os profissionais para participarem de atividades sindicais. Além disso, teria ameaçado as escolas que deixassem de aplicar as provas do Sistema de Avaliação Estadual da Educação no Rio Grande do Sul (Saers) com corte de recursos.


 


Nesta semana, o Cpers deve formalizar em Brasília uma denúncia contra a secretária Mariza Abreu. Os documentos vão ser entregues à Organização Internacional do Trabalho (OIT), ao Ministério do Trabalho e ao Ministério Público Federal.


 


Já a secretária Mariza Abreu rebate as acusações de autoritarismo e afirma que apenas está cumprindo a lei. Segundo ela, a Secretaria de Educação está sofrendo críticas porque tenta corrigir uma série de erros.


 


“Estou aberta ao Ministério Público. Estou aberta a qualquer investigação da Secretaria da Educação a qualquer momento. Tem muito desmando aqui. Grande parte deles envolvem professores, e nós estamos abertos a trabalhar. Tem muito laudo médico, tem professor que não cumpre a carga horária da legislação, tem muito professor cedido para fora da educação, com ônus para a Educação. São uma série de deturpações que vieram se acumulando e a gente está tentando corrigir”, diz.


 


Para Mariza, sempre foi obrigação das Coordenadorias Regionais de Educação cuidarem da formação das turmas. No entanto, isso não vinha ocorrendo. Ela já adianta que não há dinheiro para o aumento dos salários dos professores, considerando ineficaz uma possível greve no próximo ano.


 


Agência Chasque