Indígenas preparam protestos na Amazônia peruana
A Associação Interétnica da Selva Peruana (Aidesep) anunciou hoje que projeta um desemprego geral na região amazônica, pelo impacto negativo dos investimentos, sobretudo petroleiros, na zona. O vice-presidente da Aidesep, Robert Guimaraes, assinalou
Publicado 23/12/2007 20:59
Guimaraes criticou o presidente, Alan García, por promover a entrega de bosques, montanhas, fontes de água, praias e outros recursos aos capitalistas estrangeiros. E repudiou a qualificação de “cães do hortelão” (que não comem nem deixam comer, segundo o ditado) que o chefe de Estado usa contra quem se opõe a essa política.
O vice-presidente da Aidesep acusou García de se dedicar “a promover a venda e o aluguel de nossos territórios, sem considerar nossa opinião nem as razões culturais e econômicas pelas quais nos opomos à invasão de nossa propriedade que só trouxe a contaminação de nossos rios”.
Perguntou-se também se o governo pretende promover um tipo de desenvolvimento que implique no extermínio dos indígenas amazônicos.
Ante tal situação, indicou o dirigente, as organizações originárias se reunirão em janeiro para estipular medidas de força, entre estas uma greve na Amazônia, se o governo não atender seus reclamos de respeito aos territórios de comunidades nativas.
Recordou que a direção da Aidesep se reuniu meses atrás com o presidente García e lhe expôs a situação, sem ter obtido soluções aos problemas como o da contaminação dos rios por petroleiras estrangeiras.
Diante do problema, a organização apelou inclusive à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, pedindo-lhe que se pronuncie contra as operações projetadas pela empresa canadense Petroleum Limited em terras das comunidades Catacaibo, que vivem em isolamento voluntário. “Não queremos recorrer à força, mas também não podemos permitir que não se reconheçam nossos direitos protegidos inclusive por instrumentos internacionais”, advertiu.