CPI do Detran ouvirá indiciados pela Polícia Federal na Operação Rodin

A oposição na Assembléia Legislativa conquistou uma importante vitória na CPI do Detran, nesta segunda-feira (18), ao conseguir aprovar requerimento convocando os 17 indiciados pela Polícia Federal na Operação Rodin.

A operação desvendou o modus operandi de uma quadrilha que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões do Detran. O deputado comunista Raul Carrion é membro da CPI.


 


Por sete votos favoráveis e cinco contrários o requerimento prevê a presença de personagens importantes do escândalo no Detran como um dos coordenadores da campanha de Yeda Crusius ao governo do Estado, Lair Ferst, preso acusado de envolvimento com empresas laranjas que sugavam dinheiro do Detran. Entre os indiciados há membros ou agora ex-membros do PP, PSDB e PMDB.



Ao contrário do que ocorreu em CPIs anteriores, o Plano de Trabalho proposto pelo relator Adilson Troca (PSDB) não foi colocado em votação. O presidente da Comissão, deputado Fabiano Pereira (PT), argumentou que o Regimento Interno da Casa não prevê a expressão ''Plano de Trabalho'' e, portanto, a sua apreciação; apenas a votação dos requerimentos apresentados. A medida foi apoiada por Raul Carrion. ''Ao relator cabe relatar os trabalhos. A coordenação da CPI é de responsabilidade de seu presidente'', defendeu.



A CPI do Detran irá convocar todos os ex-presidentes, a partir de 1997, para prestarem esclarecimentos. Sem data definida, deverão comparecer à CPI Nereide Tolentino, que presidiu o Detran de julho a agosto de 1997; Dejalma Gautério, que esteve à frente da instituição até agosto de 1998; Cleonir Bassani, substituto de Gautério em 1998; Mauri Cruz, presidente do Detran de 2001 a 2002; Carlos Ubiratan dos Santos, presidente entre 2003 e 2006; Flávio Vaz Neto, que permaneceu no cargo de janeiro a novembro de 2007; e Stella Maris Simon, atual presidente da instituição.


 


Ainda deverão comparecer na condição de testemunha da investigação parlamentar os ex-secretários de Segurança Pública do governo Olívio Dutra, José Paulo Bisol, de Germano Rigotto, José Otávio Germano, e de Yeda Crusius, Enio Bacci, bem como a secretária da Administração e Recursos Humanos, Maria Leonor Carpes. Da Procuradoria-Geral do Estado, virão à Assembléia Legislativa Paulo Torelly, Eunice Nequete Ferreira, Helena Maria Silva Coelho e Eliana Graeff Martins.


 


Além dos presidentes da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec), da Fundação Educacional e Cultural para o Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fundae), da Fundação Carlos Chagas e dos Centros de Formação de Condutores (CFCs), os deputados que integram a CPI aprovaram o requerimento solicitando o depoimento do superintendente da Polícia Federal, Ildo Gasparetto, e do ex-chefe de Polícia do Estado, Luiz Fernando Tubino.


 


Os 17 indiciados que a CPI vai ouvir:
Antônio Dorneu Maciel (ex-diretor da CEEE e ex-tesoureiro do PP)
Carlos Ubiratan dos Santos (diretor-presidente do Detran entre 2003 e 2006)
Dario Trevisan de Almeida (professor da UFSM e coordenador da Fatec)
Ferdinando Fernandes (sócio da Pensant)
Flavio Vaz Netto (ex-diretor-presidente do Detran)
Hermínio Gomes Junior (ex-diretor técnico do Detran)
José Fernandes (sócio da Pensant Consultores)
Lair Ferst (empresário, ex-coordenador da bancada do PSDB na Assembléia)
Luciana Carneiro (funcionária da Fatec)
Alfredo Pinto Teles (sócio da Newmark Tecnologia)
Luiz Carlos de Pellegrini (ex-diretor-presidente da Fatec)
Patrícia Bado dos Santos (mulher do ex-diretor-presidente do Detran Carlos Ubiratan dos Santos)
Pedro Luiz Saraiva Azevedo (dono de empresa que prestava serviços a uma das terceirizadas contratadas pelas fundações)
Rosana Ferst (irmã de Lair Ferst, era sócia da Rio del Sur)
Rosmari Greff Ávila Silveira (servidora da UFSM)
Rubem Hohër (sócio de empresa subcontratada pela Fundae)
Silvestre Selhorst (Secretário executivo da Fatec)


 


Isabela Soares