Equador solicita que OEA investigue invasão colombiana
O governo do Equador solicitou ao Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) que designe uma comissão de verificação para investiguar no local a violação de sua soberania e integridade territorial pelo exército da Colômbia, no sábado,
Publicado 04/03/2008 21:22
O encaminhamento se baseia no artigo 26 da Carta da OEA. A delegação do Equador pediu também que o Conselho da OEA se pronuncie ''sobre a agressão belicista do Exército colombiano em território equatoriano'', ocorrida na madrugada do último sábado (1º), para o ataque que matou o porta-voz das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Raúl Reyes, e outros 16 guerrilheiros. Requereu ainda que a OEA convoque uma reunião de emergência de consulta, em nível de ministros de relações exteriores, para que tomem conhecimento da crise entre Equador e Colômbia.
''Violação planejada e premeditada''
Na reunião extraordinária da OEA, com a invasão militar colombiana na pauta, María Isabel ressaltou que seu governo ''rejeita enfaticamente'' a presença em seu país tanto de efetivos de grupos irregulares como de tropas militares de outrras nações.
''O Equador fará o possível para que esta situação não se repita. Nenhuma força militar, regular ou irregular, pode atuar em território equatoriano'', disse a ministra. Ela qualificou a ação militar de sábado como uma ''violação planejada e premeditada'' da sua soberania.
Ela ressaltou que as graves acusações contidas no comunicado emitido nesta segunda-feira pelo presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que ''insinua acordos'' entre as Farc e o governo do Equador, assim como as declarações do diretor da Polícia Nacional daquele país, Oscar Naranjo, ''constituem um ato inamistoso e uma tentativa de desviar as atenções de um fato, constituido pela violação da soberania equatoriana.''
Explicação do rompimento
María Isabel argumentou que a gravidade dos fatos denunciados obrigou o Equador a romper relações diplomáticas com a Colômbia. E antecipou que um pedido de desculpas diplomático não será suficiente para superar esta situação.
Conforme a ministra, o governo do Equador renova mais uma vez seu apelo por uma solução pacífica do conflito interno colombiano, ao mesmo tempo em que expressa o desejo de que o Estado colombiano e os grupos irregulares encontrem o caminho para um entendimento político, ''que poupe [a Colômbia] das nefastas conseqüências com que tem convivido há 40 anos''.
A chanceler também formulou votos de uma rápida libertação dos reféns dos grupos irregulares e de garantia de sua integridade pessoal.
''Agredido'' e ''agressor''
O embaixador da Colômbia na OEA, Camilo Ospina, procurou contra-atacar. ''Não devemos permitir que o tema central deste debate seja desviado. Não podemos permitir que o agredido passe a ser agressor. Devemos rechaçar e pirotecnia diplomática fundamentada em falácias e mentiras para desviar a natureza grave dos fatos''.
O ''agredido'', para Ospina, é a Colômbia que penetrou com tropas e bombardeou o território de um país vizinho. O ''agressor'' é o Equador…
Com informações da Agência Bolivariana de Notícias