Lula propõe criação de conselho de defesa sul-americano
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs nesta terça-feira (4) a criação de um Conselho de Defesa Sul-americano, liderado pelo Brasil, para representar o continente no Conselho de Defesa da ONU. Lula, no entanto, não relacionou a criação do consel
Publicado 04/03/2008 21:24
A proposta de Lula foi mencionada durante o discurso de inauguração da sede do Centro de Monitoramente por Satélite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Campinas, no qual o presidente defendeu a socialização do conhecimento adquirido nas unidades de pesquisa do Brasil, principalmente com os “parceiros” da América Latina e África. “O Brasil vai entrar no conselho de segurança para quê? Para fazer o mesmo que os cinco membros fazem?”, observou, justificando sua defesa pela participação do Brasil como líderes do conselho Sul-americano defendido por ele.
A criação do Conselho já havia sido sugerida pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. “O objetivo [do conselho] é o entendimento com todas os países sul-americanos para que pudéssemos ter uma mesma palavra sobre defesa nos fóruns internacionais e resolvermos as eventuais questões de defesa que temos por meio desse conselho”, explicou Jobim no dia 23 de fevereiro, quando acompanhou o presidente Lula em uma viagem à Argentina.
Um dos projetos, de acordo com o ministro, é a criação de uma indústria privada de defesa sul-americana. “Não há que se pensar um avanço tecnológico das forças armadas sul-americanas sem que tenhamos, no próprio continente, a capacitação dos insumos necessários para esse avanço, senão fica algo dependente”, avaliou. No futuro, segundo ele, os países poderão estudar a fabricação conjunta de armamentos.
A aproximação na área de defesa com os países vizinhos começou em novembro passado, com visitas ao Chile e ao Equador. Até junho deste ano, Nelson Jobim pretende percorrer todos os países sul-americanos. “Voltarei à Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile, num primeiro conjunto, para discutir esse assunto com mais consistência”, informou. A expectativa de Jobim é constituir o Conselho Sul-Americano de Defesa em outubro deste ano, em reunião em Brasília.
Experiência do G-20
Nesta terça-feira, o presidente Lula lembrou que, em 2003, ao retornar do Fórum Mundial de Davos, conversou com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, sobre a mudança da participação geopolítica do País no mundo. “Por que precisávamos ficar tão dependentes do G-8 e da União Européia, em vez de juntar os desiguais e conversar de forma igual com os outros?”, disse.
A partir daí, segundo o presidente, nascia o G-20, grupo que reúne os países em desenvolvimento. “Em três anos, nenhum negócio no mundo é feito sem levar em conta o G-20”, afirmou. Lula disse ainda que, no campo da política comercial internacional “não tem amizade, não tem parceria” e pediu aos seus ministros mais responsabilidade e maturidade quando fazem declarações. O presidente participa ainda hoje da inauguração do centro de nanociência e nanotecnologia Cesar Latter e do lançamento do novo telefone celular com TV da Samsung.
Fontes: Agência Estado e Agência Brasil