Aécio sugere “parceria” entre PSDB, PMDB e PT em 2010
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, defendeu nesta quinta-feira uma união de seu partido, o PSDB, com o PMDB e o próprio PT após a eleição presidencial de 2010 em torno de projetos comuns, como as reformas.
Publicado 10/04/2008 17:00
“A parceria PSDB, PMDB e PT eu queria que fosse no processo eleitoral, se não for possível, que seja depois. Após 2010 os vitoriosos deveriam se sentar com os derrotados e fazer compromissos em torno de reformas”, disse Aécio a jornalistas no Palácio do Planalto, após se reunir com o presidente em exercício José Alencar (PRB).
“É preciso acabar com a radicalização política”, afirmou o governador, potencial candidato nas próximas eleições presidenciais. A radicalização, no seu entender, começou com o PT no governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Para Aécio, a oposição não pode ser contra um projeto, como o da reforma tributária, só porque ele é de autoria do governo.
O governador voltou a declarar que não cogita trocar o PSDB pelo PMDB apesar do assédio que os peemedebistas vêm lhe fazendo, em constantes encontros.
Na quarta-feira à noite, Aécio participou de uma homenagem realizada pela cúpula do PMDB em Brasília a seu avô, o ex-presidente Tacredo Neves. Na ocasião ele admitiu participar junto com o PMDB de um projeto político comum para o Brasil.
Alencar, à frente da Presidência enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em visita à Holanda e à República Tcheca, foi convidado por Aécio para ser o orador das comemorações da Inconfidência Mineira em 21 de abril em Minas Gerais.
Já a bancada do PMDB na Assembléia Legislativa de Minas Gerais decidiu boicotar o jantar. A decisão, “tomada por ampla maioria” da bancada, foi comunicada em nota pelo líder Gilberto Abramo, sob justificativa de que a eventual participação poderia ser explorada como “disposição em participar” dos entendimentos em curso em Belo Horizonte em torno da tese da aliança PT-PSDB.
Ainda no comunicado, a bancada, “coerente com os anseios das bases”, “renova seu compromisso com a candidatura própria”, que, diz a nota, “além de “indispensável à chapa de vereadores”, é “fundamental por irradiar para mais de 60% do território de Minas reforçando nossas candidaturas pelo Estado afora”.
Fonte: O Globo