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CPI do Senado nem nasceu e oposição já pensa em abandoná-la

A oposição já admite não instalar a nova CPI dos Cartões Corporativos no Senado se as investigações avançarem na comissão mista (com deputados e senadores) –depois do acordo firmado entre governo e oposição para que os integrantes da CPI tenham acesso

Até agora, somente o PMDB indicou oficialmente os integrantes da nova CPI. Para que seja instalada, todos os líderes partidários precisam encaminhar as indicações à Mesa Diretora do Senado. O PSDB, que reivindica ao lado do DEM a instalação da nova CPI, não encaminhou até agora os nomes dos integrantes.



O DEM chegou a indicar os dois parlamentares do partido que vão compor a comissão como titulares, mas teve que retirar as indicações porque o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) já é titular de outra CPI na Casa Legislativa. Pelo regimento interno do Senado, um mesmo senador não pode ocupar como titular duas comissões de forma simultânea.



Sem pressa, o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), disse que vai reapresentar as indicações somente depois que os demais partidos encaminharem os nomes à Mesa Diretora da Casa. “Eu removerei as dificuldades regimentais quando tivermos a indicações dos demais partidos”, afirmou.



Agripino disse que a nova CPI vai atuar “proporcionalmente à frustração” das atividades da comissão mista. Na prática, segundo o líder, a oposição não vai pressionar pela instalação da nova CPI se a comissão mista avançar nas investigações. “Na investigação compartilhada [com deputados e senadores] esperamos chegar a todas as conclusões. Vamos trabalhar no rumo da eficácia. Na medida em que houver espaço na comissão mista, a gente pode não exigir a nova CPI”, afirmou.



Quebra de acordo



Mas a CPI mista só irá avançar se a própria oposição cumprir os acordos que costurou junto com a base aliada. E isso parece não ser uma vontade dos oposicionistas.


Hoje mesmo, a presidente da comissão, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), ameaçou quebrar um acordo firmado ontem com os governistas sobre o acesso aos dados dos cartões corporativos.
A senadora apresentou um requerimento no qual sugeria que até mesmo funcionários do Congresso pudessem ter acesso às informações sigilosas. A base do governo reagiu e rejeitou o requerimento que solicitava informações sobre “despesas com contas tipo B, cartões corporativos, sigilosas ou não, do gabinete do presidente da República durante os governos de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz Inácio Lula da Silva.



No total, a CPI Mista dos Cartões corporativos aprovou hoje onze requerimentos e rejeitou outros seis , entre eles a convocação da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para falar sobre o suposto dossiê criado pela imprensa com os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.



A base aliada também rejeitou os pedidos para que a CPI tenha acesso aos cartões corporativos da Petrobrás e as contas de suprimento de fundos.



Da redação,
com agências