Professores ainda castigam crianças na sala de aula
Pesquisa realizada pelo Unicef contemplou 21 municípios cearenses que possuem baixo Índice de Desenvolvimento Humano. O Unicef apresentou a pesquisa ontem, durante a capacitação de articuladores, conselheiros e mediadores no Condomínio Espiritual Uirapuru
Publicado 25/04/2008 09:32 | Editado 04/03/2020 16:36
Num universo de 21 municípios cearenses pesquisados, constatou-se que 25,5% dos professores ainda castigam as crianças que fazem algo de errado no ambiente escolar. E mais: 22% dos radialistas entrevistados admitiram veicular informações com conteúdos racistas e preconceituosos contra mulheres, negros e homossexuais.
Esses são alguns dos dados revelados pela pesquisa “O papel dos atores sociais na promoção dos direitos da criança”, realizada em 21 municípios do Estado. O relatório foi discutido junto a representantes de 156 municípios cearenses.
A pesquisa foi apresentada, ontem, durante a capacitação de articuladores, conselheiros e mediadores, no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU). Uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com apoio da Escola de Saúde Pública do Ceará , Sociedade Cearense de Pediatria (Socep) e ONG Ficsare.
Os municípios estudados foram sorteados entre os que têm menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Ceará. Independente desse fator, eles também concorrem ao Selo Unicef 2008, concedido a cada dois anos para as localidades que obtiveram melhor desempenho de ações voltadas para a qualidade de vida de crianças e adolescentes. Os classificados deverão ser anunciados no fim deste ano.
Segundo informou a oficial de Projetos do Unicef, Tati Andrade, a idéia do trabalho foi averiguar o que cada município tem a oferecer à criança, que importe na garantia dos direitos constituições, assim como estabelece o artigo 227 da Constituição Federal.
“Foi uma pesquisa feita por amostragem, mas a nossa idéia principal é que sirva de parâmetro para saber onde se está avançando ou não em políticas públicas voltadas para as crianças e os adolescentes”, disse.
O selo, conforme informou a Oficial de Projetos, é uma iniciativa do Unicef e está sendo desenvolvido em 11 estados do semi-árido brasileiro. O projeto se baseia em três eixos: impacto social, gestão de políticas públicas e participação social.
No impacto social, são avaliadas as condições de vida de crianças e adolescentes; na gestão de políticas públicas, será observada, de forma quantitativa e qualitativa, a situação de 12 objetivos da saúde, educação e assistência social. O eixo de participação social tem por finalidade promover o envolvimento de crianças, adolescentes e a comunidade na mobilização dos municípios.
Fonte: Diário do Nordeste