Metalúrgicos de Caxias conquistam 9,4% de reajuste
Na manhã deste sábado (19), os trabalhadores metalúrgicos de Caxias do Sul e região disseram sim à proposta de 9,4% de reajuste salarial oferecida pela patronal. A assembléia que aconteceu no auditório da entidade contou com a presença de cerca de 500
Publicado 21/07/2008 11:19 | Editado 04/03/2020 17:11
A proposta também garantiu o aumento de 10,18% para os pisos normativos de empresas com até 50 funcionários, e 10,16% para as empresas com um número superior a 50 trabalhadores. Os salários passaram de R$563,20 para R$ 620,40 e de R$497,20 para R$ 547,80 respectivamente, já o auxílio-creche passou de 24 meses para 30 meses, (2,5 anos), ou seja, a partir de agora, as crianças ganharam mais tempo para permanecer na creche. Os pais que têm a guarda dos filhos também têm direito ao benefício.
União e mobilização garantem avanços para a categoria
Os metalúrgicos permaneceram por quase dois meses em campanha salarial, pois as propostas de reajuste salarial apresentadas pela patronal na mesa de negociação eram consideradas insatisfatórias pelos trabalhadores.
O índice de 9,4% e o aumento no período do auxílio-creche só foram conquistados depois de muita mobilização e assembléias em portas de fábrica, em todos os momentos, a direção do Sindicato recebeu o apoio e solidariedade da categoria que foram fundamentais para que a patronal reconhecesse o valor do trabalho dos metalúrgicos.
Diálogo pautou o dissídio da categoria em 2008
Neste dissídio, o Sindicato conduziu todas as ações sempre com diálogo e com a disposição de fechar o acordo coletivo na mesa de negociação, diferente do ano passado, que por culpa da intransigência e ganância da patronal a campanha salarial só foi encerrada depois da intervenção do Tribunal Regional do Trabalho.
Em 2007, o Sindicato juntamente com os trabalhadores promoveu diversas mobilizações nas portas de fábricas e nas principais vias de acesso a Caxias do Sul com a intenção de sensibilizar a patronal que se negava a conceder um reajuste digno para a categoria. O Sindicato chegou a ser impendido de se aproximar dos trabalhadores devido aos mais de 20 interditos proibitórios (liminar concedida a pedido das empresas que impede o Sindicato se aproximar das fábricas para dialogar com os trabalhadores) expedidos pela justiça.
Neste ano, o Sindicato e os trabalhadores mostraram que são capazes de lutar e argumentar. As manifestações foram mais tranqüilas, mas não menos conscientes. Por isso, o índice foi uma conquista.
“O dissídio deste ano comprovou que a nossa categoria está cada vez mais unida e com disposição de lutar pelos seus direitos. O índice alcançado pelos trabalhadores já se configura como um dos maiores do estado para o setor. Esse reajuste é fruto da participação da categoria nas manifestações promovidas pelo Sindicato,” declarou o presidente em exercício, Leandro Velho.
Diva Andrade