300 mil cearenses deixam a pobreza
No Ceará de 2006 para 2007, o número de pobres caiu 7,87% e o de indigentes foi reduzido em 9,32%. Os dados, que são da Pnad, também mostram que a renda familiar per capita do cearense como um todo cresceu 4,02% de um ano para o outro
Publicado 19/09/2008 10:09 | Editado 04/03/2020 16:36
Pouco mais de 300 mil pessoas deixaram de ser pobres no Ceará de 2006 para 2007. Em 2006, o grupo, que é formado por quem tem renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo por mês, contava com 4,645 milhões de pessoas e foi reduzido para 4,342 milhões no ano passado. O resultado é positivo mas ainda insuficiente, já que mais da metade dos cearenses continua fazendo parte desse grupo. De 2006 para o ano passado, o percentual passou de 56,39% para 51,95%. No caso dos indigentes (cuja renda é de menos de um quarto de salário mínimo por mês), a queda foi de 9,32% com a redução de 29,08% da população do Estado em 2006 para 26,37% em 2007.
Os dados que são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) também revelam que, no Nordeste, o número de pobres caiu 7,1%, com a redução de 29,93 milhões de pessoas, em 2006, para 27,22 milhões em 2007. No Brasil, a queda da quantidade de pobres foi ainda maior, 9,8%, já que o grupo diminuiu de 63,758 milhões para 57,511 milhões. “No Nordeste, mais de dois milhões de pessoas deixaram de ser pobres e, no Brasil, foram mais de seis milhões”, afirma Flávio Ataliba, economista do Caen, da Universidade Federal do Ceará.
Renda
Apesar da quantidade de pobres e indigentes ter sido reduzida no Ceará, a renda desses dois grupos caiu comparando-se os anos de 2006 e 2007. A renda média dos pobres, que em 2007 estava entre R$ 95 e R$ 190, diminuiu de R$ 94,19 por mês em 2006 para R$ 91,56 em 2007, ou seja, houve redução de 2,79%. Já a renda média dos indigentes cearenses, que no ano passado era de até R$ 95, caiu de R$ 51,85 de 2006 para R$ 49,82 no ano passado (-3,92%). “A renda média dos pobres caiu, mas a proporção de pobres e indigentes também diminuiu. Isso significa que muita gente conseguiu sair da pobreza, mas quem tinha uma renda muito baixa não conseguiu e fez com que a média da renda desse grupo fosse lá para baixo”, analisa Ataliba.
Considerando a renda familiar per capita dos cearenses como um todo, houve crescimento, de 2006 para 2007, de 4,02%, índice superior à alta de 3,03% do Nordeste e 2,74% do Brasil. No Ceará, a renda média, que inclui salários, aposentadorias, pensões e transferências do Governo Federal, passou de R$ 282 para R$ 293. Porém mesmo com a melhora, o Estado continua no penúltimo lugar no ranking das rendas do País. “O crescimento da renda média do Ceará foi puxada fortamente pela zona rural, que apresentou alta de 13,5% contra 1,95% da Região Metropolitana de Fortaleza e 3,81% das cidades do Interior”, explica o economista.