Floripa (SC): reinado de Dário chega a 16 anos ininterruptos
O peemedebista Dário Berger, 51 anos, conquistou neste domingo (26) a reeleição para a prefeitura de Florianópolis, capital de Santa Catarina, com 129.969 votos (57,68% do eleitorado). Esperidião Amin (PP) ficou em segundo lugar, com 42,32% da preferência
Publicado 26/10/2008 21:52
O vice-prefeito da capital catarinense será João Batista Nunes (PR). Do total, 9,15% votos foram brancos e nulos. A abstenção foi de 17,85%. A apuração terminou às 18h51min.
O recorde, que simboliza a perpetuação no poder, foi meticulosamente pensado. Tão logo concluiu o segundo mandato município de São José, Berger atravessou a ponte e mudou seu domicílio para Florianópolis numa manobra estratégia, já que a legislação eleitoral impede o terceiro mandato pelo mesmo município.
Berger, que se reelegeu tendo como principal escudeiro o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), já é apontado como o próximo candidato do partido nas eleições para governador em 2010. Questionado sobre o assunto, porém, afirmou: “não tenho a intenção de ser governador”.
Candidato oficial
Ele acompanhou a apuração que durou pouco mais de uma hora e meia na casa da Agronômica, residência oficial do governador. “Não foi uma simples vitória. Ela foi triunfal e derradeira”, desabafou Dário Berger que reassume a comando da prefeitura no próximo dia 5 de novembro.
Pefelista de origem, Dário filiou-se, recentemente, ao PMDB numa estratégia governista a fim de assegurar apoio político do atual governador Luiz Henrique. No primeiro turno, com a disputa envolvendo sete candidatos, Dário Berger conquistou 39% (94.077) contra 25% (59.858) dos votos de Esperidião Amin.
Sobre seu combativo oponente, Dário comemorou a vitória desejando “paz de espírito e que Amin possa usar sua inteligência e experiência para um dia contribuir para o bem da cidade”. Amin reconheceu a derrota dizendo ficar na torcida para que as propostas de Berger possam ser verdadeiramente executadas.
Considerado uma das grandes lideranças políticas do estado, Amin que já foi duas vezes governador e duas vezes prefeito de Florianópolis, além de um mandato de senador, volta a estudar e a dar aulas na Universidade Federal de Santa Catarina a partir desta segunda-feira (27).
Perfil
Natural de Bom Retiro, na Serra, Dário Elias Berger nasceu em 7 de dezembro de 1956. Filho de Elias e Melida Schlemper Berger, é casado com Rosemeri Bartucheski Berger. Tem dois filhos, Paulo Ricardo Berger e Karina Berger.
Formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com especialização em Recursos Humanos pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Berger ingressou na vida pública em 1989, exercendo os cargos de diretor de pessoal e de presidente da Comissão Municipal de Esportes de São José. Na prefeitura, ocupou ainda a Direção Geral da Secretaria de Administração em 1991.
Depois, se elegeu vereador pelo PFL e, em 1994, foi presidente da Câmara de Vereadores de São José. Em 1996, Dário foi eleito prefeito do município. No cargo, presidiu a Associação dos Prefeitos do PFL no biênio 97/98.
No ano de 2000 foi reeleito prefeito de São José, cargo que exerceu até 2004, quando renunciou para concorrer à prefeitura de Florianópolis. Foi eleito com 118.644 votos, no segundo turno contra Chico Assis (PP).
Envolvimento com corrupção
O prefeito também foi incluído na lista de indiciados da operação Moeda Verde da Polícia Federal. No total, são 54 pessoas incriminadas. No grupo, além do prefeito, estão o procurador-geral do município, Jaime de Souza, o diretor-presidente do Instituto de Planejamento Urbano (Ipuf) da cidade, Ildo Rosa; e o empresário Carlos Amastha, que não constavam dos nomes até então confirmados no inquérito. Todos os citados negam as acusações.
Os indiciados foram enquadrados por formação de quadrilha e crimes como advocacia administrativa, falsidade ideológica, corrupção ativa, corrupção passiva e prevaricação.
O prefeito, agora reeleito, foi enquadrado em quatro crimes: formação de quadrilha, advocacia administrativa, corrupção passiva e falsidade ideológica. Como possui foro privilegiado, Dário Berger será indiciado junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, e não mais em Florianópolis.