Arte, cultura e muita música na Bienal da UNE
Cordel, axé, samba, reggae, maracatu, forró e muitos outros ritmos fazem a festa dos 10 mil estudantes que participam da 6ª Bienal Cultural da UNE, que acontece até domingo (25/1), em Salvador. Espaço privilegiado para a difusão da cultura, o encontro tra
Publicado 23/01/2009 20:45 | Editado 04/03/2020 16:20
A Bienal abriga, por exemplo, a arte de Cildo Meireles, cujas obras estão expostas no Palácio da Aclamação, no Passeio Público. No Território Vasto é o nome da mostra que traz também obras de Mark Ayves, Liane Heckert, Gaio, Poro, Tábata Costa, GIA e Bernardo Damasceno. A exposição é composta de trabalhos de Cildo Meireles, que remetem às origens do povo brasileiro e sua história, tema amplamente debatido na Bienal. O artista, que acabou de encantar os europeus com uma grande instalação, em Londres, exibe aqui uma exposição inédita, com uma dezena de obras, a maioria feita nas décadas de 60 e 70, mas nem por isso menos importante.
Em uma excelente mostra da diversidade da Bienal, a poucos metros das obras de Cildo Meireles está a intervenção do grupo de teatro Vivarte de Rio Branco, no Acre. Com barbantes, garrafas plásticas, jornal velho e outros materiais, o grupo fez um grande varal que chama a atenção dos visitantes. “Nós saímos pelas ruas catando objetos que normalmente são utilizados por turistas em seus passeios e rotulamos como lembranças de Salvador. Nosso objetivo é alertar as pessoas para os perigos de um turismo sem planejamento, onde os visitantes passam e os moradores sofrem com os resíduos deixados pelos turistas. Em uma metrópole como Salvador, o impacto pode ser insignificante, mas em cidades pequenas pode significar a poluição de nascentes de rios e a extinção de espécies animais”, afirma Rachel Dourado, integrante do Vivarte.
Cinema e música
O cinema também tem destaque no evento organizado pela UNE, a sétima arte está presente em mostras estudantis, oficinas, debates e exibições de filmes. O homenageado da Mostra de Cinema é o cineasta Nelson Pereira dos Santos, que com mais 15 filmes produzidos esteve presente na Bienal para o debate “Cinema Brasileiro: um retrato que o povo desconhece”, realizado na quinta-feira (22/1). Junto com Nelson Pereira estavam os também cineastas Silvio Tendler e Erik Rocha, filho de Glauber Rocha. A caixa de DVD´s da Coleção Glauber Rocha foi lançada no mesmo dia, seguida da exibição do filme Pachamama, dirigido por Eryk.
Ainda como parte da Bienal, os teatros Castro Alves, Vila Velha e Martim Gonçalves começaram a exibir os painéis da exposição “O Que é Teatro”, que mostram o que é a arte dramática de uma forma diferente. A mostra contando a história do teatro permanece até fevereiro. Os painéis de 70 cm x 1m apresentam textos didáticos, fotografias e ilustrações sobre os aspectos mais relevantes dos mais de 2.500 anos da história do teatro, desde a Grécia antiga até a atualidade.
A bienal contou ainda com shows musicais gratuitos, que acontecem todas as noites, com ritmos e sotaques diferentes. O palco montando no Largo do Pelourinho recebeu o show Arte do barulho de Marcelo D2, a sonoridade marcante do Cordel do Fogo Encantado, além da experimentação de Jorge Mautner e o Maracatu Estrela de Ouro. Os estudantes curtiram ainda, o samba de Diogo Nogueira, o pagode da banda Fantasmão, o axé de Margareth Menezes, o rap Renegado e a Orquestra Rumpilezz. No sábado, penúltimo dia da Bienal, o som fica sob o comando de Alceu Valença, Nelson Jacobina e o DJ Marcelinho da Lua, que se apresentarão no Jardim de Alah. No domingo, o encontro será encerrado com uma caminhada cultural entre a Ondina e a Barra.
De Salvador,
Eliane Costa