Fórum Mundial da Água reúne líderes em Istambul
Ao contrário do que ocorre em Manaus, capital localizada no centro da maior reserva de água doce superficial do planeta, é consenso entre as autoridades mundiais em saneamento que a água é um bem públic
Publicado 13/03/2009 19:54 | Editado 04/03/2020 16:12
Este e outros temas ligados ao abastecimento e saneamento básico estarão em debate no 5º Fórum Mundial da Água, que acontece na próxima semana, de 16 a 22 em Istambul, na Turquia, do qual fazem parte gestores como o presidente da ANA, especialistas, a sociedade civil organizada e políticos. Do Amazonas, representando o Congresso Nacional, integram a comitiva brasileira a deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB), também presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Cuba, e o senador João Pedro (PT).
Na avaliação da deputada Vanessa, o encontro é importante porque proporciona o debate sobre os desafios de adaptação da humanidade frente às mudanças globais, sejam elas provocadas por questões ambientais ou pela urbanização. “Manaus, por exemplo, vive o drama de uma cidade que registrou crescimento demográfico espantoso sem que o sistema de abastecimento e saneamento acompanhasse suas demandas. O serviço foi privatizado, mas continua deficiente, tendo ainda o poder público como um de seus maiores investidores”.
O Fórum Mundial da Água é realizado a cada três anos, sempre com um tema norteador das discussões. Neste ano, aproximadamente 20 mil líderes de todo o mundo pontuarão os debates com o tema “Superando divisores de água”. Pela proposta, o Conselho Mundial da Água quer tratar o assunto como independente de limites geográficos, culturais e socioeconômicos. A entidade quer com a proposta ampliar a interação, comunicação e a harmonia das entidades envolvidas com a problemática do uso racional dos recursos hídricos.
Dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), uma criança morre a cada 19 segundos no mundo vítima de doenças causadas pela falta de saneamento. Além disso, mais de um bilhão de pessoas não têm acesso a água potável. No Brasil, 25% não dispõem de saneamento adequado. “Em Manaus, estamos à margem do maior rio do mundo e mesmo assim boa parte da população, de cerca de 2 milhões de pessoas, não tem água potável encanada, o que é mais absurdo”, ressalta a deputada federal Vanessa Grazziotin.
De Manaus,
Hudson Braga.