87 anos do PCdoB: novos filiados herdarão décadas de luta
O Partido Comunista do Brasil, PCdoB, o partido pelo qual me orgulho de ter sido eleito para representar os maranhenses no Congresso Nacional, está completando hoje, 25 de março, 87 anos de fundação. Data marcante para todos nós, seus mais de 100 mil m
Publicado 25/03/2009 14:47
A solenidade será realizada às 18 horas no auditório do Grand Hotel São Luís, na Praça Pedro II, e contará com as presenças do presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, da deputada federal Jô Morais (PCdoB-MG) e da ex-prefeita de Olinda (PE), Luciana Santos. Receberemos mais de 300 novos filiados, homens e mulheres comprometidos com o sonho de um país melhor para todos, por exemplo a ex-secretária municipal de Planejamento, Tati Lima, o advogado, empresário e professor Dimas Salustiano, o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Maranhão (CRC-MA), Celso Beckman, e o diretor do Conselho Regional de Odontologia do Maranhão (CRO-MA), Alan Patrício.
Em nome deles saúdo todos os demais que se juntam a nós nesse momento importante para a economia mundial, em que enfrentamos a pior crise desde a quebradeira geral de 1929. Infelizmente, novamente assistimos ao maior preço ser pago pelos trabalhadores, com o desemprego em massa, redução de direitos e ameaças aos serviços públicos. A amplitude desse cenário expõe ao mundo a inviabilidade do sistema de exploração do trabalho humano pelo capital desumano. Não vivemos apenas uma crise do setor financeiro, mas de toda a economia global e, ao mesmo tempo, da ideologia do capital, que transforma pessoas em coisas descartáveis.
As teses do neoliberalismo, pregadas durante os últimos 30 anos como definitivas, estão ruindo a cada falência de grandes bancos e gigantes multinacionais. O Fórum de Davos, que reúne as maiores economias do planeta, pela primeira vez fez autocrítica em relação às suas medidas anteriores; um dos maiores defensores da ideologia liberal e ex-presidente do poderoso Banco Central norte-americano, o FED, Alan Greenspan, veio a público defender a estatização dos maiores bancos daquele país; os neoliberais agora exigem pacotes de socorro com recursos públicos. O discurso da globalização perdeu força e sentido: no lugar da prosperidade mundial que prometia, a interligação das economias favoreceu o alastramento da crise de Wall Street para o mundo inteiro.
Entretanto, a crise encerra também grandes oportunidades. Por isso, o foco do 12º Congresso Nacional que o partido organiza é a elaboração de um programa que viabilize a construção de alternativas progressistas e de reformas estruturais para um novo modelo econômico, fundamentado na primazia do social sobre o egoísmo e a ganância de poucos. Facilita grandemente essa meta o novo ciclo político que o Brasil experimenta a partir da eleição do Presidente Lula e da base de governo formada por forças democráticas e de esquerda, com forte apoio popular.
É o cenário construído a partir disso, nos últimos cinco anos, que permitiu ao Brasil enfrentar com relativa estabilidade a situação econômica internacional, conseguindo ainda recuperar os estragos das crises de 1999 e 2002. O país voltou a crescer a taxas razoáveis, gerando milhões de novos empregos, tornou-se menos vulnerável às orientações do Fundo Monetário Internacional (FMI), fortaleceu seu potencial energético estratégico com as novas descobertas de petróleo e gás e, ainda, conseguiu formar um bom nível de reservas internacionais. Recuperamos um ciclo vigoroso de investimentos públicos, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, executado em São Luís na margem esquerda do Rio Anil.
Em razão dessa posição favorável, só agora o país começa a ser atingido mais seriamente pela crise, com indicadores de queda na atividade industrial e na contratação do crédito privado. Há empresas brasileiras em dificuldades, e trabalhadores têm sido penalizados. É consensual o prognóstico de que haverá diminuição significativa do crescimento em 2009. Logo, precisamos intensificar as medidas anti-cíclicas, inclusive com a urgente redução da taxa de juros.
Essa é a atualidade do PCdoB. Um partido antigo, mas de olhos postos no futuro, comprometido com o desenvolvimento, com o humanismo, com as causas sociais. Um partido que luta pela comunidade e pela comunhão das riquezas. Parabéns a todos os nossos filiados e militantes, a todos os que têm o 65 no seu coração, especialmente aos que agora ingressam no partido e darão uma grande contribuição para que estejamos cada vez mais preparados para ajudar o Brasil e o Maranhão.
* Flávio Dino é deputado federal pelo PCdoB do Maranhão