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Jovens italianos perdem espaço na política e emprego

A cada ano que passa é menor o número de jovens italianos inseridos no mundo trabalhista e político do país, segundo um estudo recente elaborado pelo Fórum Nacional dos Jovens e o Conselho Nacional de Economia e Trabalho (CNEL).

O Fórum está reconhecido de maneira oficial como o ente que reúne as organizações juvenis italianas, enquanto o CNEL funciona como assessor do parlamento e o governo.



De acordo com o documento, a organização do sistema trabalhista do país bloqueia ao setor juvenil, com o inconveniente de proibir-lhe o acesso a carreiras de longa duração e de premiar a antiguidade acima da produtividade e a capacidade.



Nestes momentos, a cifra de jovens com funções diretivas é de 6,9% em frente ao 9,7 de faz uma década, período que abarca o citado estudo.



Do mesmo modo comporta-se na esfera empresarial, onde o número de pessoas menores de 35 anos em idade trabalhista passou de 22 a 15%, no mesmo lapso.



O mais lamentável da atual estrutura do mercado trabalhista italiano é que ao redor da metade dos jovens são trabalhadores transitórios e com baixos rendimentos. O país exibe os menores salários da eurozona.



Afortunados são os que encontram emprego com um contrato, indica a investigação.



As cifras sustentam que só um da cada cinco consegue trabalhar nessas condições, e deles, ao menos a metade tem que se conformar com um já que jamais supera os 11 meses de duração.



E como se fosse pouco, diz, não têm direito a ajuda social porque seus contratos a termo simplesmente finalizam.



Estatísticas da União Européia situam a Itália como o estado membro desse bloco que menos recursos econômicos destina aos jovens.



Neste país, essa faixa etária é a que menos conta no âmbito social, econômico, demográfico e político.



Assim o corrobora um estudo intitulado “Geração? Um retrato dos italianos menores de 35 anos”, do professor Alessandro Rosina, do Instituto Demográfico da Universidade Católica de Milão.



Por outra parte, o diário La Reppublica sublinhou recentemente que a crise econômica atual é incomparável com outras pois não só prejudica a um setor, senão a uma geração onde se incluem os trabalhadores precários e quem encontram pela primeira vez um emprego.



No plano da política, o relatório do Fórum juvenil e do CNEL acrescenta que a cifra de deputados menores de 35 anos nunca chegou aos 10%, salvo no período de 1994-1996. Na atualidade é de 5,6%.



O relatório acrescenta que os cidadãos entre 25 e 35 anos representam 18,7% dos maiores de idade na Itália, cuja população, acima dos 60 milhões de pessoas, é a mais longeva da Europa e a segunda do mundo.



Os habitantes dentre 46 e 50 anos constituem os 8,4% da população adulta e, no entanto, representam 20,5% dos parlamentares.



Em outra ordem, os de 51 a 55 anos, formam 20,5 dos deputados eleitos, ainda e quando a cifra de representatividade populacional é ainda mais baixa, 7,6%.