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Israel: trabalhistas avaliam participação em governo

O Partido Trabalhista, do ministro da Defesa Ehud Barak, votou nesta quarta-feira (25) a favor de participar da coalizão de governo israelense que será encabeçada pelo conservador Likud, já apoiado por grupos ultradireitistas e ultraortodoxos.

Claramente dividido, com 58 por cento dos 1.071 militantes votando a favor, contra 42 por cento que se opôs à participação, os trabalhistas outorgaram ao premiê designado, Benjamin Netanyahu, a possibilidade de anunciar a partir de hoje o seu futuro executivo.



Apesar de posições divergentes dentro do partido, Barak consideou que terão uma posição significativa dentro da coalizão e assegurou que “não temo a Netanyahu. Não seremos uma folha de parreira ou o pneu de estepe”.



O voto dos delegados à convenção trabalhista, concluída na noite de terça-feira, otorgou a Netanyahu um total de 66 vagas no parlamento, de um total de 120 existentes no Knesset. Desta forma, conta com aliança majoritária, embora heterogênea e potencialmente vulnerável.



Além dos 13 deputados do partido de Barak, o chefe de governo designado dispõe dos 27 deputados de seu partido, o Likud, assim como dos 15 do ultradireitista Yisrael Beiteinu e os 11 do ultraortodoxo sefardita Shass.



Aguarda-se ainda que se somem à coalizão os grupos religiosos minoritários Unidad Torah Judaísmo e Habayit Hayehudi.



Segundo as bases do acordo Partido Trabalhista – Likud, o governo assegurará dentro dos 30 dias posteriores à sua instalação um plano econômico de emergência para enfrentar a crise do capitalismo e estudar soluções para reduzir o desemprego, criar novos créditos e alentar o crescimento.



Mesmo assim, Barak conservará a pasta de Defesa e seu grupo ocupará mais quatro ministérios, o da Indústria, Comércio e Trabalho, o da Agricultura e o de Bem-Estar e Serviços Sociais, além de um ministro sem pasta, que se encarregará dos assuntos das minorias.



Os trabalhistas também terão o cargo de vice-ministro da Defesa e seus deputados chefiarão também cada uma das comissões do parlamento nos áreas de Educação, Relações Externas e Defesa, por um período de um terço do mandato e não simultaneamente.



Barak terá, junto com Netanyahu, o poder de designar ministros trabalhistas para determinadas pastas.



No acordo com o Yisrael Beiteinu, o premiê designado concedeu a chancelaria ao líder ultradireitista, Avigdor Lieberman, além dos ministérios da Infraestrutura, Turismo e Integração de Novos Imigrantes.



Por outro lado, o Ministério do Interior será ocupado por Eli Yishai, um caudilho do ultraortodoxo Shass, assim como os ministérios da Construção e Habitação e Serviços Religiosos, entre outras prerrogativas.