PCdoB 87 anos: Novas táticas, mesmos ideais

O Partido Comunista do Brasil chega aos 87 anos pronto para enfrentar novos desafios, como fez em 2008 ao apresentar candidaturas próprias à prefeitura de 17 capitais, sem perder o foco de seu principal ideal, que a implementação de uma sociedade socialis

É hora de ousar. Esta frase parecia ter sido interiorizada pelos militantes do PCdoB durante toda a campanha eleitoral em Salvador. Mais do que nunca, a bandeira vermelha com a foice e o martelo tremulou nas ações do movimento social da capital baiana. O partido  em Salvador, assumiu a postura de protagonizar não só as lutas,  mas também uma chapa para disputar a Prefeitura com o nome de Olívia Santana e mais vagas na Câmara Municipal.
 


Em todo o país o partido adotou uma postura mais audaciosa, se tornando o principal articulador da Campanha em Defesa das chamadas Reformas Democráticas que seriam: reforma agrária, tributária, urbana, política, da educação e a democratização da mídia. O lançamento da campanha aconteceu em fevereiro de 2008, na Câmara dos Deputados, em Brasília e as discussões continuam acontecendo em todo o país. Elegeu ainda 41 prefeitos, além de ter papel de destaque na disputa de capitais e cidades importantes.



Na Bahia, o PCdoB cresce com a atuação dos três  deputados estaduais (Alvaro Gomes, Edson Pimenta  e Javier Alfaya) e dos mandatos federais de Alice Portugal e Daniel Almeida, atualmente líder da bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados. O PCdoB também ocupa espaços no governo estadual destacadamente na Secretaria do Trabalho, Emprego e Renda 9 Nilton Vasconcelos) e na Bahiagás (Davidson Magalhães)  e contribui com a gestão em vários municípios onde participou da frente política vitoriosa nas últimas eleições.



 


Historia de lutas


 


Fundado em 25 de março de 1922, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) surgiu inspirado pela Revolução Socialista de outubro de 1917, na Rússia.”Nós somos filhos da Revolução Soviética, que foi um acontecimento extraordinário, organizado por um partido comunista, que serviu de exemplo para a luta de comunistas do mundo inteiro”, declarou o presidente do PCdoB na Bahia, Péricles de Souza.


 


Nestes 87 anos, o PCdoB participou de todas as lutas políticas e conquistas do povo brasileiro. Destsacou-se por exemplo, na organização do movimento sindical e nos primeiros movimentos grevistas no começo do século passado, interferiu no desfecho da revolução de 1930, incentivou seus militantes a se alistarem nas Forças Expedicionárias Brasileiras que lutaram conta o nazifacismo na 2ª guerra mundial, trabalhou também para a mobilização popular que pressionou o governo Vargas a entrar na guerra ao lados das forças democráticas e se posicionou contra a tentativa de golpe ao governo de Juscelino Kubitschek.


 


Os comunistas estiveram à frente da defesa do governo João Goulart e na resistência à ditadura militar que começou em 1964 e foi até 1985. “O PCdoB foi o partido ou entidade política que teve mais militantes mortos durante a ditadura. Destaca-se ai a Guerrilha do Araguaia onde 67 guerrilheiros foram massacrados no norte do país. A guerrilha foi derrotada, mas a luta armada organizada pelo PCdoB e outras organizações políticas foi decisiva para o fim do regime”, informou Péricles.


 


Hoje os militantes do PCdoB estão nos sindicatos, assembléias legislativas, câmaras e governos municipais ou estaduais. Para tanto, enfrenta o desafio de ampliar os quadros sem perder sua característica essencial de ser um partido ideológico, socialista e revolucionário.”Não está sendo fácil passar de um partido de quadros pequenos, meio doutrinário, para uma legenda grande, de massas, voltado para participar dos mecanismos legais e eleitorais e buscar também ocupar mais espaço nas esferas do poder. Está sendo uma transição complicada, porque não abrimos mão de conservar a estratégia principal do partido, que é investir na formação dos militantes e buscar ideais a longo prazo. Na prática, estamos buscando crescer, sem rebaixar o papel estratégico do partido de lutar sempre ao lado do povo por uma sociedade mais justa”, concluiu Péricles.


 


De Salvador,


Eliane Costa