Movimento contesta mudança de 'acreanos' para 'acrianos'
Cento e seis anos após a declaração de sua independência da Bolívia, um movimento de resistência toma forma no Acre. O inimigo, desta vez, é o novo Acordo Ortográfico da língua portuguesa, que transformou os “acreanos” em acrianos. A opção, segundo a A
Publicado 30/03/2009 15:39
“Acriano soa esquisito. Somos 'acreanos' há mais de cem anos, quando decidimos que não éramos bolivianos, e sim brasileiros, e conseguimos a independência. A mudança mexe nas nossas raízes históricas e culturais”, diz a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que lidera o movimento.
A reação conta com políticos, jornalistas e intelectuais do Estado, que prometem criar um blog para dar início ao Fórum de Defesa da Nossa Acreanidade — a ser hospedado no site da Assembleia Legislativa. No espaço, as pessoas poderão manifestar repúdio (ou apoio) à mudança ortográfica.
“As pessoas já dizem: 'na minha caneta, mando eu'”, diz Almeida, que promete fazer contato com acreanos famosos para “reforçar” o movimento, como a escritora Glória Perez e o jornalista Armando Nogueira.
Para tentar evitar a mudança, a Academia Acreana de Letras terá de apresentar recurso à Academia Brasileira de Letras (ABL). A ABL diz considerar positivas as manifestações como esta do Acre porque estimula o debate sobre questões relacionadas à língua. Segundo a assessoria da academia, “nunca houve no país uma discussão tão rica e profícua”.
Fonte: Zero Hora