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Evo Morales reitera pedido de “pacto contra o terrorismo”

O presidente boliviano, Evo Morales, reiterou na noite da última quarta-feira (06) seu pedido por um “grande pacto contra o terrorismo” e pela “preservação da unidade da Bolívia”, ao retomar o plano denunciado por seu governo de um complô separatista, que

“É muito preocupante que alguns estrangeiros venham dividir a Bolívia. Se alguns bolivianos apoiaram essas tentativas e tiverem alguma dignidade, têm a obrigação de comprovar sua inocência”, afirmou Morales, em referência ao grupo de supostos mercenários estrangeiros desarticulado pelas autoridades locais.

No último mês, em uma operação policial, três integrantes deste grupo – Arpad Magyarosi (romeno de origem húngara), Michael Martin Dwyer (irlandês) e Eduardo Rozsa Flores (boliviano, com cidadanias húngara e croata) – foram mortos. Outros dois supostos terroristas – Mario Francisco Tadic Astorga (boliviano, com passaporte croata) e Elot Toazo (húngaro) – foram detidos no país e um terceiro estaria foragido.

Segundo denunciaram o governo e a procuradoria do país, os acusados estariam estruturando um plano contra a unidade do país. Eles também seriam financiados por setores empresariais e cívicos de Santa Cruz de la Sierra, onde foram encontrados.

“Não é possível que o colonialismo interno já não pense apenas em esquartejar um homem, como fez com Tupac Katari (líder aymara executado em 1781 por tropas espanholas, que ocupavam o país), mas sim em esquartejar a Bolívia”, continuou o presidente.

Morales falou sobre o tema durante uma reunião, convocada por seu governo para delimitar um plano conjunto contra ações que ponham em risco a unidade do país. Organizações que apoiam o presidente, dirigentes empresariais, de direitos humanos, indígenas e governadores de alguns departamentos (estados) participaram do encontro.

Oposicionistas, por sua parte, condenaram a convocação, sob o argumento de que “o governo e seus colaboradores atropelam a democracia, violam os direitos humanos, promovem confrontos e alentam grupos de choque”, segundo afirmou o presidente do Senado, Oscar Ortíz.

Entre os dirigentes acusados de participarem do plano separatista está o governador de Santa Cruz, Rubén Costas, que repudiou a denúncia e anunciou que apresentará, junto aos demais oposicionistas, uma defesa legal.

Sem citar nomes, o mandatário disse também que os financiadores do grupo “não tinham o direito de utilizar sua região, esconder-se em suas instituições” e pediu que, “por dignidade, aleguem sua inocência” à justiça.

Morales enfatizou também que “é obrigação de todos respeitar esta Constituição, que foi aprovada pela primeira vez pelo povo” e que esta determina que os que atentam contra a unidade do país “merecem a máxima sanção penal”.

Fonte: Ansa