Collor manobra para adiar decisão sobre Venezuela no Mercosul

Fernando Collor de Mello, que sonha em disputar a Presidência da República em 2014, quer voltar à mídia nacional e elegeu acabar com a paciência de Hugo Chávez, como uma das formas de atingir essa meta.

Collor acredita que ao protelar a decisão no Senado, vai acabar provocando Chávez a reagir de forma intempestiva, dando-lhe argumentos para jogar o assunto no esquecimento. Mas Chávez tem ignorado os meandros burocráticos adotados pelo Senado para não deliberar sobre a entrada da Venezuela no bloco econômico, o que vai acontecer mais dia menos dia.

Tanto a Câmara dos Deputados quanto a representação brasileira no Parlamento do Mercosul já aprovaram a Adesão da Venezuela ao Mercosul, assinado em quatro de julho de 2006, em Caracas. O protocolo também já foi ratificado pelos Congressos Nacionais da Argentina, do Uruguai e da própria Venezuela. A confirmação dessa adesão só depende do Senado, que tem protelado a decisão com inúmeras audiências.

O embaixador da Venezuela, Julio Garcia Montoya, esteve recentemente com o presidente da Comissão, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), reiterando o interesse da Venezuela em fazer parte do Mercosul como membro pleno. No final de maio, os presidentes Lula e Hugo Chávez, se reúnem em Salvador, em mais um encontro bilateral. Até lá, senadores governistas querem ver o assunto esgotado pelo menos na Comissão de Relações Exteriores.

Para essa audiência, serão convidados, o ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer; o jurista Ives Gandra da Silva Martins; e os cientistas políticos Fabiano Santos e Regina Soares de Lima, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), indicados pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

De Brasília
Com informações da Agência Inforel

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