Dia decisivo para os metalúrgicos do estaleiro Sermetal
A próxima quarta (20) será um dia decisivo para os mil metalúrgicos em dificuldades do estaleiro Sermetal, no Caju, Zona Portuária do Rio. Às 14h, a Briclog (Brazilian Intermodal Complex), operadora do local, vai confirmar se foram avante as negociações d
Publicado 18/05/2009 18:49 | Editado 04/03/2020 17:04
A decisão ocorrerá em uma audiência de conciliação, na Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, na Avenida Presidente Antonio Carlos, 251, Castelo, onde os metalúrgicos farão uma manifestação.
Setecentos desses metalúrgicos foram dispensados desde junho do ano passado pela Briclog no Sermetal, cujas grandes instalações semi-abandonadas hoje ostentam guindastes quebrados e vergados, fazendo triste vista para quem passa pela Ponte Rio-Niterói. Sem indenizações e pagamentos de FGTS (Fundo de Garantia de Tempo e Serviço) e de seguro-desemprego, suas famílias vêm passando necessidades.
“A situação assombra os 300 funcionários ainda em atividade e há quatro meses sem receber salários. Sem acordo, o estaleiro Sermetal vai fechar e todos serão demitidos, sem perspectivas de verbas rescisórias”, preocupa-se o presidente estadual da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Maurício Ramos. Ele e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio, Alex Ferreira dos Santos, vêm se empenhando em gestões junto a todos os interessados, com a colaboração do deputado federal Edmilson Valentim (PCdoB-RJ), para que a cessão do Sermetal chegue a bom termo.
Solução
O interesse da Petrobrás em arrendar a planta do Caju (nos moldes de outro estaleiro, no Rio Grande do Sul) surgiu com as demandas geradas pela descoberta de petróleo na camada de pré-sal e as dificuldades posteriores enfrentadas pelo Sermetal, integrante do Consórcio Rio Naval. Formado por três empresas autônomas, o grupo foi o vencedor do Lote 2 – responsável pela construção de nove embarcações (ao preço de US$ 103,400,000.00, cada um) dos 26 navios-petroleiros encomendados pela Petrobrás em 2007, dentro do Programa de Modernização e Expansão da Frota da subsidiária Transpetro. Com o arrendamento da área, a Petrobrás ampliará a empregabilidade, criando mais três mil postos de trabalho com as obras. Ao mesmo tempo crescerá, impulsionando o desenvolvimento no país, em sintonia com a estratégia de negócios do Sistema Petrobras.
“Luto para que haja empresas fortes, porque, se não tiver empresa, não tem emprego. Temos centrado esforços em busca de soluções que evitem uma onda de demissões para enfrentar a crise econômica, que saiu dos EUA e contaminou a Europa, a América do Sul e outros continentes”, explica Edmilson, ele próprio metalúrgico e autor da lei Valentim, que alavancou a indústria naval brasileira rumo à competitividade mundial, e presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados e da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval.