PCdoB-MG levanta discussões sobre a Conferência de Comunicação

Desde o início do ano, a sociedade brasileira está se organizando para a 1ª Conferencia Nacional de Comunicação, que acontecerá em dezembro. Demonstrando que participará ativamente deste processo, o PCdoB de Minas Gerais reuniu jornalistas, representan

O PCdoB-MG, que já terá a deputada Federal Jô Moraes como titular da Subcomissão Especial da Conferência, também está atento aos debates do Comitê Mineiro Pró- Conferência,  que tem se reunido para multiplicar e compartilhar pontos de vista e propostas do estado a esse Fórum.

Um dos participantes do encontro, o editor do Portal Vermelho Bernardo Joffily, ressaltou a importância do partido encarar temas como a democratização da comunicação enquanto elemento de transformação nas relações de poder e decisão do país. Segundo ele, as empresas de comunicação, comprometidas com interesses financeiros diversos, por vezes atropelam a ética, a imparcialidade e o bom senso da notícia, como aconteceu, por exemplo, na recente matéria do Jornal Folha de S. Paulo, que se referiu à ditadura militar brasileira como “dita-branda”.

“Infelizmente, o atual responsável pelo Jornal tem ainda menos sensibilidade do que tinha seu pai, que veio a falecer há dois anos. Isso permite a publicação deste tipo de equívocos”, ressaltou Joffily, que fez um apelo para que o Partido tome como prioridade a participação mais ativa dentro do processo de construção da Conferência.

Internet
Além do papel das empresas e dos veículos tradicionais na comunicação do país, a Conferência deverá fazer luz à nova mídia que estabeleceu novos paradigmas neste processo: a Internet. A crescente interferência dos blogs, ou de sites como o youtube e o twitter enquanto formadores de opinião permite uma série de novas possibilidades de produção e consumo de informação. O presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, Aluisio Morais, que também participou da mesa a convite do PCdoB, sintetizou o que a internet representa atualmente: “Trata-se de um meio que eliminou a possibilidade de censura, todas as informações são possíveis”.

Além dos dois, os outros participantes da mesa, o apresentador da Rede Bandeirantes e ex-presidente a Fenaj, Luiz Carlos Bernardes, o Peninha; e o presidente da ABCCOM (Associação Brasileira de Canais Comunitários), Edivaldo Amorim Farias, manifestaram preocupação com a proposta de substitutivo aos projetos de lei 137/2000; 76/2000 e 89/2003, do senador Eduardo Azeredo (PSDB – MG), que restringiria o uso da rede e permite à empresas e provedores de internet controlarem o que os usuários estão acessando.

Outros temas
Outras questões fundamentais que estão em debate pela sociedade civil e ocuparão espaço durante a Conferência são o papel das TV´s e Rádios Comunitárias, Legislativas, Públicas e Universitárias; o processo de concessões de transmissão e os vícios que o encerram; a TV Digital brasileira com as vantagens e desvantagens do modelo escolhido; o Cinema; a questão do financiamento estrangeiro em empresas de comunicação brasileiras e as políticas públicas de estados e municípios para a comunicação social.

A expectativa de muitos é que a 1ª Conferência Nacional de Comunicação resulte em um Fórum Permanente da Comunicação, como consulta e referência do poder público, empresas privadas e sociedade civil nas questões que tangenciam este setor. A participação de Minas Gerais neste processo, de acordo com o presidente da ABCECOM, pode ser decisiva. “Além de estarmos nos organizando com o Comitê Pró Conferência, muitos mineiros estão dirigindo entidades de representação desta área, como a dos veículos legislativos e universitários. A contribuição do estado é muito grande”, ressaltou.


De Belo Horizonte,
Artênius Daniel