Bolívia e EUA defendem retomada das relações diplomáticas
O presidente da Bolívia, Evo Morales, e o secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos para a América Latina, Thomas Shannon, expressaram nesta quinta-feira o desejo de que haja uma melhora das relações bilaterais. Segundo Morales, isso,
Publicado 21/05/2009 12:28
Shannon, que iniciou nesta quarta-feira uma visita à Bolívia, foi recebido hoje por Morales no palácio presidencial de La Paz. Ao fim da audiência, o presidente boliviano manifestou aos jornalistas “o grande desejo” do Governo de “melhorar as relações bilaterais com o Governo dos Estados Unidos”.
“A Bolívia é um pequeno país, mas agora com muita dignidade”, pelo que as relações não podem ser de “submissão”, “subordinação” ou de “ingerência política”, mas de “respeito entre dois países”, explicou Morales.
“A visita de uma delegação do Governo dos Estados Unidos deve ser para mudar todas as políticas de relações bilaterais”, acrescentou o boliviano, que insistiu em acusar o hoje ex-presidente George W. Bush de conspirar contra sua gestão.
Shannon, em declarações à imprensa, destacou a “boa vontade dos dois Governos de seguir trabalhando” na formação de um novo acordo marco que regule as relações bilaterais.
O secretário adjunto americano, que nesta quarta-feira se reuniu com o ministro de Relações Exteriores boliviano, David Choquehuanca, qualificou de “bom começo” os encontros que até agora manteve na sua visita de dois dias a La Paz, mas ressaltou que ainda resta “muito trabalho” pela frente.
As relações diplomáticas entre os dois países entraram em crise quando, em setembro do passado ano, o presidente Evo Morales expulsou o embaixador estadunidense, Phillip Goldberg, sob acusação de envolvimento com manifestações promovidas pela oposição.
Em resposta, a administração do então presidente George W. Bush despediu ao embaixador boliviano, Gustavo Guzmán, e decretou a suspensão da Lei de Preferências Tarifárias Andinas e Erradicação de Drogas (ATPDEA), por meio da qual a Bolívia podia exportar aos Estados Unidos livre de tarifas.
Segundo Shannon, o início da reaproximação entre Estados Unidos e Bolívia se deu em Trinidad e Tobago, durante a 5ª Cúpula das Américas, em abril. Naquela ocasião, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, reuniu-se com o chanceler boliviano, David Choquehuanca.
Ontem, o próprio Choquehuanca indicou que a visita da delegação de Washington tem como objetivo definir as bases de um “acordo marco” para futuras parcerias nas áreas de desenvolvimento e combate ao narcotráfico.
Com agências