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Aumentam pedidos de punição para Bolsonaro

As reclamações e manifestações contrárias à fixação de cartaz no gabinete do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) encaminhadas à Comissão de Direitos Humanos da Câmara produziram efeito. Nesta quarta-feira (3), o presidente da Comissão, deputado Luiz Couto

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) elogiou as iniciativas, incluindo o pedido de instauração de processo ético-disciplinar contra Bolsonaro, pela prática de ato atentatório ao decoro parlamentar, feito pelo PCdoB. Segundo Alencar, “a liberdade de expressão não dá direito ao desrespeito, a ofensa e a agressão a dor de quem perdeu entes queridos”, lembrando que assim como não se pode fazer propaganda do nazismo, também não se pode fazer da tortura.



O cartaz no gabinete do deputado Jair Bolsonaro, defensor da ditadura militar, faz alusão às reivindicações dos familiares de desaparecidos políticos da Guerrilha do Araguaia para localização de seus  restos mortais com o seguinte dizer: “quem gosta de osso é cachorro.”



O cartaz, que já estava afixado há muito tempo na porta do gabinete, era ignorado pelos demais parlamentares que não queriam valorizar o fato para não dar visibilidade ao agressor na mídia. Mas, as denúncias, reclamações e críticas das entidades de direitos humanos e de familiares dos desaparecidos demonstraram a necessidade de uma providência.



Propaganda da tortura



“Espero que o deputado seja instado a retirar esse cartaz e mudar a sua expressão nesses termos de agressão”, afirma Chico Alencar, destacando que não há “liberdade para agressão.” Bolsonaro já protagonizou outros episódios como esse, como quando defendeu, em discurso na Câmara, a morte dos presos políticos. “A imunidade de tribuna parlamentar não se estende a essa possibilidade de tripudiar sobre a dor alheia.” O que faz Bolsonaro, na opinião do deputado socialista, “é propaganda da tortura e truculência.”



Ele atribui a atitude de Bolsonaro ao desejo de “querer aparecer como único defensor da ditadura militar e do que ela cometeu. O único entre os 513 deputados, o que lhe confere uma singularidade que pode alimentar o seu eleitorado”, avalia Alencar.



Segundo Augustino Veit, assessor da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o Presidente da Câmara deve encaminhar o ofício à Corregedoria que pode abrir um procedimento regimental para investigar e examinar infringência da conduta parlamentar.



De Brasília
Márcia Xavier


 


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