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Pressões pelo fim do embargo a Cuba ganham força

A reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) – que revogou a resolução que suspendeu Cuba da entidade por 47 anos – teve um saldo que vai além da correção da injusta sanção contra a ilha. O resultado do encontro foi uma prova de que uma maior uni

Insulza afirmou que a revogação da expulsão de havana pelo órgão deve contribuir para normalizar as relações entre washington e a ilha comunista. “Compartilho a ideia de que provavelmente o embargo é um assunto mais importante para a população cubana”, disse o representante máximo da OEA, ressaltando que o governo dos Estados Unidos está “começando a conversar com eles (Cuba)”.

Assim como o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, o boliviano Evo Morales celebrou o resultado da assembleia da OEA, mas também aproveitou para cobrar mais avanços por parte dos norte-americanos. “Ainda pressinto que, se de verdade os Estados Unidos quiserem fazer história, (…) têm que levantar o bloqueio econômico à república irmã de Cuba”, afirmou Morales, em discurso pronunciado na zona central de Chapare, na Bolívia, nesta quinta.

Um dos maiores defensores da ilha, o venezuelano Hugo Chávez classificou a revogação da suspensão de Cuba como “uma vitória da dignidade”. Ele, contudo, não deixou de criticar a entidade, considerada por muitos inoperante e servil aos EUA. “Essa vitória não é o suficiente, é só o ponto de partida de uma nova era, porque a OEA está aí com seus mecanismos intactos”, colocou.

O presidente do Parlamento de Cuba, Ricardo Alarcón, concordou que a decisão da OEA é uma “grande vitória para a América Latina”. Ele ressaltou que a determinação “não muda nosso critério de recusar qualquer volta à organização”.

O governo cubano tem afirmado que o organismo “traiu” durante décadas os interesses da região a favor dos Estados Unidos. cauteloso, Alacrón disse que a medida adotada ontem não sugnifica “abrir caminho” para que o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos à ilha desde 1962 seja revogado.

“Não sei bem por que (o secretário-geral da OEA, José Miguel) Insulza tem essa convicção. O bloqueio deve ser eliminado mediante o pedido da comunidade internacional reunida na ONU. Não tem nada a ver com a OEA”, ressaltou.

Questionado sobre as relações com os Estados Unidos e o recente anúncio da retomada do diálogo sobre temas relacionados à imigração, o parlamentar disse não saber quando serão reiniciadas as conversas, suspensas em 2004 pelo ex-presidente norte-americano George W. Bush. “Eu sei apenas que existem contatos para estruturar a agenda”, garantiu.

Alarcón ainda informou que o governo cubano propôs, além do tema migratório, a discussão sobre colaboração bilateral contra o narcotráfico e o antiterrorismo e para a proteção do meio ambiente.

Com agências