Sem categoria

Direita obtém vitórias na eleição parlamentar europeia

Partidos de centro-direita e de extrema-direita obtiveram expressivas vitórias na eleição parlamentar da União Européia, realizada no domingo (7), defendendo soluções conservadoras contra a crise do capitalismo e posições anti-imigração.

As eleições, realizadas de 4 a 7 de junho no bloco de 27 nações, bateram o recorde de abstenção, quando apenas 43 por cento dos 375 milhões de eleitores aptos a votar foram às urnas, para eleger a próxima legislatura do parlamento de 736 assentos.



As últimas projeções mostram que os partidos de centro-direita tomariam 263 cadeiras, enquanto os partidos de centro-esquerda teriam aproximadamente 163 vagas conquistadas.



Partidos ecologistas e pró-União Europeia até então conquistaram 52 assentos, enquanto a extrema-direita e partidos anti-União Europeia obtiveram ao redor de 40 deputados. Partidos menores dividiram o restante dos assentos.



Vitórias da extrema-direita



Joseph Daul, líder do Partido Popular Europeu, o maior abrigo para os partidos de centro-direita nacionais, afirmou que seu bloco deverá apoiar um plano de 27 bilhões de dólares que não distribuirá nenhum dinheiro novo para programas de estímulo econômico.



Ao contrário, solicitará aos governos europeus que gastem fundos da União Europeia já existentes na criação de novos empregos.



Outras prioridades para a centro-direita incluem políticas de imigração e energia comuns, para “reduzir” o número de imigrantes sem documentos e estabelecer uma dependência menor da Europa em relação ao gás russo.



Governos de cunho direitista podem surgir após estas eleições na Alemanha, França, Itália e Bélgica, enquanto partidos conservadores, na oposição, venceram no Reino Unido, Espanha e Bulgária.



Poul Nyrup Rasmussen, presidente do Partido dos Socialistas Europeus, afirmou que os partidos do grupo “continuam a lutar” por novos rumos na economia.



“A Europe ainda precisa de uma nova direção. Nós estamos no meio de uma recessão e ela ainda não começou a diminuir”, afirmou.



O Partido Trabalhista, de Gordon Brown, premiê britânico, ficou atrás do Partido da Independência do Reino Unido, uma agremiação anti-europeia.



O pior resultado do Partido Trabalhista pós-segunda guerra leva mais dúvidas ainda ao futuro de Brown, em seguida a uma série de renúncias de ministros de seu governo.



Acusações de anti-semitismo



Grupos de extrema direita obtiveram vitórias no Reino Unido, na Áustria, na Holanda e na Hungria.



A eleição viu o Partido Britânico Nacional, supremacista branco, conquistar duas cadeiras no parlamento europeu pela primeira vez na história.



O Partido Britânico Nacional se reunirá a outros bem sucedidos partidos de extrema direita da Holanda, Hungria e Áustria, que manifestam preconceito contra o Islã, contra as minorias e os imigrantes.



O grande vencedor da Áustria foi o direitista Partido da Liberdade, que mais que duplicou sua força em relação às eleições de 2004, conquistando 13,1% dos votos.



Na Holanda, o Partido da Liberdade, liderado por Geert Wilders, obteve 17% dos votos no país, baseados em uma aberta campanha anti-islâmica.



Três dos 22 assentos destinados à Hungria foram para o Partido Jobbik, de extrema direita, que descreve a si próprio como “anti-imigrantes”.



Analistas húngaros apontam que o partido é racista e anti-semita.



Sucesso de Sarkozy



Na Alemanha, o Partido Democrata Cristão, no poder, derrotou seu rival, o Partido Social Democrata, a poucos meses da eleição nacaional.


Volker Kauder, líder do Democrata Cristão afirmou que “somos a força que está agindo de forma correta e segura nesta crise financeira e econômica”.



Nicolas Sarkozy, o presidente francês, conseguiu uma importante vitória sobre o Partido Socialista, enquanto o Partido Verde Ecologista da Europa obteve uma importante terceira colocação.



Na Itália, a coalizão direitista de Silvio Berlusconi obteve 35% dos votos, a despeito das últimas críticas sofridas pelo premiê.



Entretanto, o sucesso dos conservadores não é um fenômeno uniforme por toda a União Europeia.



Eleitores insatisfeitos com o desemprego, com a inflação e com escândalos políticos puniram os partidos direitistas na Grécia, na Hungria e na pequena Ilha de Malta.



O Partido Pirata sueco ganhou uma cadeira no parlamento europeu, obtendo 7,1% dos votos na Suécia no total de votos de toda a Europa, o suficiente para ganhar um único assento.