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Lupi minimiza queda do emprego industrial

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, minimizou a sétima queda consecutiva da taxa do emprego na indústria, na passagem de um mês para o outro. Divulgado mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador teve q

Segundo o ministro, a indústria, hoje, atipicamente, continua sem crescer. “Mas toda a cadeia produtiva de todos os outros setores do Brasil estão crescendo”, afirmou o ministro. Segundo ele, o setor industrial foi o que mais sofreu com os impactos da crise financeira mundial, devido à retração das exportações.


 


Porém, outros setores da economia apresentam indicadores positivos de emprego. “Todos os outros setores estão criando empregos. O Brasil não é só indústria, tem construção civil, produção de alimentos e outros setores que estão crescendo”, completou o ministro.


 


Em relação à possibilidade de prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automobilístico, o ministro disse que isso será avaliado no próximo mês. “Acho que as empresas têm que trabalhar até a data limite dessa isenção. Vamos avaliar o que fazer no mês que vem. É um sofrimento a cada tempo”, afirmou.


 


Pressões


 


O recuo do emprego, segundo o IBGE, olhado na comparação de abril frente o mesmo período do ano anterior, foi de 5,6%. Com o resultado, a taxa de pessoal ocupado na indústria foi a menor desde o início da série histórica da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), em 2001. A contração com relação a março deste ano, de 0,7%, foi a sétima taxa negativa mensal seguida.


 


Nos últimos sete meses, o indicador acumulou perda de 6,6% e apresentou a primeira taxa negativa (-0,4%) desde novembro de 2006 (-0,2%) no acumulado dos últimos 12 meses. A pesquisa apontou também que de março para abril a folha de pagamento dos trabalhadores da indústria recuou 0,2% e, no confronto com abril do ano passado, a retração foi de 1,8%.


 


As demissões superaram as contratações em dez dos 14 locais pesquisados na comparação entre os meses de abril dos dois anos. As pressões negativas mais significativas foram em Minas Gerais (-7,9%), no Rio Grande do Sul (-6,2%) e nas regiões Norte e Centro-Oeste (-6%). Em termos setoriais, na mesma base de comparação, a retração no nível de emprego industrial atingiu 11 dos 18 ramos investigados, principalmente máquinas e equipamentos (-10%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-10%), metalurgia básica (-9,4%) e borracha e plástico (-9,3%).


 


Sadia-Perdigão


 


Lupi também disse que não foi informado sobre possíveis demissões de trabalhadores das empresas Sadia e Perdigão, que se fundiram dando origem à Brasil Foods, nova líder no setor de alimentos no país. Com o processo de fusão, a Confederação Nacional de Trabalhadores na Indústria de Alimentos (CNTA) estima a demissão de cerca de 30 mil pessoas, só no setor de frigoríficos.


 


De acordo com a CNTA, serão 10 mil empregos diretos e 20 mil indiretos a menos no mercado. “Até agora, ainda não há (demissões)”, afirmou Lupi. “A nova empresa formada pela fusão da Perdigão com a Sadia disse para mim que não haverá demissões”, disse.


 


O ministro do Trabalho esclareceu que “algumas funções de gerência e de diretoria, que estão sobrepostas”, podem diminuir, “mas não vagas diretas dos trabalhadores”. Na terça-feira, trabalhadores e representantes de sindicatos do setor de alimentos se reúnem em Curitiba, para analisar o impacto da fusão sobre os empregos. Eles também devem divulgar um documento com o número atualizado de demissões que já ocorreram.


 


Turismo


 


Lupi fez esses comentários após lançar, com o ministro do Turismo, Luiz Barretto, uma linha especial de crédito para o setor de turismo no valor de R$ 200 milhões. O dinheiro sairá do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e vai financiar investimentos e capital de giro das empresas desse segmento.


 


De acordo com a linha de crédito, os empresários poderão captar até R$ 5 milhões e pagá-los em até 3 anos, com carência de 18 meses. “São R$ 200 milhões iniciais. Por eventual necessidade, poderão ser mais”, afirmou Lupi, após o anúncio do pacote, no Forte de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro.


 


Com informações da Agência Brasil