Centrais irão unidas à Conferência Nacional de Comunicação
Em reunião na manhã desta quarta-feira (17), em São Paulo, dirigentes e assessores da CUT, CGTB, CTB, Força Sindical e UGT decidiram que as centrais vão somar esforços e entrar unidas no combate pela democratização da comunicação. A ideia é participar do
Publicado 17/06/2009 15:10
“A articulação com as centrais e com os movimentos sociais será determinante para que as forças populares sejam vitoriosas na batalha”, sustenta a secretária nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti — que integra a Comissão Organizadora da conferência. Segundo ela, os vilões da mídia são “os que querem manter a comunicação como um privilégio de poucas famílias — gente que se comporta como dona da verdade por ser detentora dos meios que são concessões públicas”.
Entre as principais reivindicações das centrais está a mudança do marco regulatório, garantindo, entre outros avanços, que haja uma regulação efetiva das concessões de rádio e televisão. Hoje, as outorgas são disponibilizadas tão-somente pelo critério mercadológico, sem acesso aos movimentos populares e via de regra contra eles.
O movimento sindical defenderá também o estabelecimento de mecanismos de controle social, com a instituição e fiscalização efetiva dos Conselhos Nacional, Estadual e Municipal de Comunicação, com caráter institucional e ligado ao Executivo, Além disso, apoiará a disponibilização do acesso gratuito da população à internet banda larga e à popularização da TV digital.
As centrais também vão defender um espaço gratuito no rádio e na televisão, proporcional entre as entidades legitimamente constituídas e reconhecidas, no mesmo padrão atualmente utilizado pela legislação partidária.
“Ao atuar coletivamente e lutar por bandeiras comuns, as centrais ampliam as condições para serem vitoriosas em suas reivindicações contra poderosos interesses que se articulam para que nada mude”, diz o secretário de Divulgação e Comunicação da UGT, Marcos Afonso Oliveira.
De acordo com Carlos Rogério Carvalho, secretário de Comunicação da CTB, a atuação conjunta a partir de agora dará uma nova qualidade à ação pela democratização da comunicação. “Nossa central realizou um encontro de comunicação recentemente, onde decidimos jogar peso neste processo da Conferência. Os debates são uma oportunidade de dialogarmos com a sociedade sobre os mecanismos de dominação de umas poucas famílias contra a sociedade brasileira e a necessidade de reverter essa lógica excludente”, disse Rogério.
Já Dalva Ueharo, assessora de Comunicação da Força Sindical, prestou contas da atuação de sua central. “Realizaremos nosso congresso nos próximos dias — e este tema certamente ganhará um bom destaque”, declarou. “Precisamos envolver o conjunto das entidades para que tenhamos mais respaldo para as nossas bandeiras.”
“Lutar pela democratização da comunicação é lutar pelo aprofundamento e aprimoramento da democracia em nosso país. É preciso pôr fim à manipulação e desinformação que são práticas recorrentes dos grandes meios de comunicação contra os interesses nacionais e populares. Nossa atuação unitária na conferência abre essa possibilidade — e não vamos desperdiçá-la”, ressaltou Valdo Albuquerque, assessor de Comunicação da CGTB.
As centrais voltam a se reunir na próxima semana para debater um manifesto conjunto de convocação e mobilização das suas bases para as conferências distritais e estaduais, acumulando para a Nacional. A etapa nacional — ponto culminante desse processo — está marcada para os dias 1º, 2 e 3 de dezembro, em Brasília.
Da Redação, com informações do Portal do Mundo do Trabalho