Jornalismo: parlamentares afirmam que decisão do STF é retrograda

Entre os diversos discursos na Al, a ideia de que a decisão é considerada um retrocesso institucional foi acentuada. A posição dos ministros, na opinião de alguns parlamentares, só fortalecem os empresários do setor.

Jornalista formada, a deputada estadual Tânia Soares (PCdoB-SE) destacou que a formação acadêmica para o exercício da profissão é imprescindível, pois as conseqüências de uma reportagem mal apurada e mal escrita podem causar danos irreparáveis às pessoas atingidas.

Para a deputada, parte da mídia, que “ trata o conhecimento como lucro, está comemorando”, disse, observando que “não podemos nos ater apenas a técnica da profissão. A técnica, qualquer manual ensina. Mas na universidade temos noção de ciência social, história do nosso país, evolução da humanidade. E só a universidade dá esse ensinamento, essa consciência”.

“É um retrocesso no tempo, algo a lamentar. Foi uma infelicidade tremenda do STF, que está indo de encontro, de forma negativa, à realidade social do Brasil”, disse o líder do governo, deputado Francisco Gualberto (PT-SE).

Para os deputados, a sociedade vai perder muito com a inevitável falta de qualidade da informação. “Na verdade eu teria todas as razões para ficar a favor da decisão do STF se eu fosse olhar somente para o meu umbigo. Por algumas razões da vida não tive o privilégio de cursar uma universidade, mas sempre valorizei os comunicadores profissionais”, observou Gualberto.

Eles disseram entender que a vocação, aptidão, talento e autodidatismo, são atributos que precisam ser respeitados, mas não podem funcionar como regra superior à exigência da condição técnica. “A exigência do diploma de jornalismo é uma coisa série e que deve ser considerada. Há toda uma preparação técnica que é fundamental na prática jornalística de forma responsável e correta”, disse o líder da oposição, Venâncio Fonseca (PP-SE).

Com informações do Jornal da Cidade