UNE ganha sessão solene na Câmara nos 30 anos de reconstrução
Os 30 anos de reconstrução da União Nacional dos Estudantes (UNE), que ocorre no período de realização do 51o Congresso Nacional da entidade, vai ser comemorado com sessão solene na Câmara dos Deputados, no dia 15 de julho próximo. O Conune será realiz
Publicado 24/06/2009 16:50
Em um longo relato sobre a história da UNE, a parlamentar destaca o período recente da entidade, que foi uma das primeiras vítimas do golpe militar de 1964. A UNE teve sua sede invadida e incendiada no próprio 1º de abril, pelos integrantes do Comando de Caça aos Comunistas (CCC). A maioria das lideranças foi presa, exilada ou obrigada à clandestinidade.
O ano de 1966 foi o ano das passeatas e do início da intervenção norte-americana na universidade brasileira, que visava adotar no Brasil o modelo e os padrões da universidade dos estados Unidos. Na clandestinidade, a UNE realizou o 27o Congresso dentro de um convento franciscano em Belo Horizonte e elege o mineiro José Luis Guedes como Presidente. Igualmente clandestino foi o Congresso de 1967, que elegeu Luis Travassos, na cidade de Valinhos, em São Paulo.
Em 1968, os estudantes brasileiros saem às ruas exigindo a volta da democracia. Passeatas são realizadas em todo o país e, no Rio de Janeiro, durante uma manifestação no restaurante Calabouço, o estudante Edson Luiz é assassinado pela repressão. Em repúdio, os estudantes voltam às ruas e realizam a famosa passeata dos “Cem Mil”.
Em dezembro de 1968 a ditadura edita o AI-5 e aumenta a repressão. Mesmo assim, os estudantes convocam o 30o Congresso da UNE, que seria realizado clandestinamente em Ibiúna, interior de São Paulo. Descobertos pela repressão, 900 estudantes foram presos.
Destaque nos movimentos
A UNE resiste mais dois anos na clandestinidade e realiza dois encontros nacionais de estudantes – um deles em 1977, quando acontece a célebre invasão da PUC de São Paulo, por tropas comandadas pelo Coronel Erasmo Dias.
O AI-5 é revogado em 1978 e, em outubro de 1979, cerca de dez mil estudantes comparecem ao Congresso de Reconstrução da UNE em Salvador. A partir de sua reconstrução, a UNE passou a figurar com destaque em todos os movimentos políticos e educacionais dos 30 anos que se seguiram.
“Por estas razões, pela brava trajetória de lutas e pela heróica resistência, a Câmara dos Deputados tem o dever de reverenciar os 30 anos de reconstrução da UNE, símbolo maior da rebeldia de nossa juventude”, afirma a parlamentar comunista.
Convidados
Para a sessão solene, serão convidados, por sugestão da parlamentar, a presidente da UNE, Lúcia Kluck Stumpf; os ex-presidentes da entidade Aldo Arantes, José Serra, José Luiz Guedes, Rui César Costa Silva, Aldo Rebelo, Javier Alfaya, Clara Araújo, Acildon Paes Leme, Renildo Calheiros, Gisela Mendonça, Valmir Santos, Juliano Coberllini, Cláudio Langone, Patrícia De Angelis, Lindberg Farias, Fernando Gusmão, Orlando Silva Júnior, Ricardo Capelli, Wadson Ribeiro, Felipe Maia e Gustavo Petta.
Também serão chamados a participara das homenagens, os integrantes da primeira diretoria eleita após a reconstrução da UNE, que são Marcelo Barbieri, Juarez Amorim, José Pimenta, Sergio Carneiro, Ivaneck Perez, Alon Feuerwerker, Luis Falcão (Lula), Candido Vaccarezza, Fredo Ebling , Gilberto Martin, Maria Francisca de Souza (Kika), Pedro Reis Pereira e Vladimir de Oliveira.
De Brasília
Márcia Xavier