Movimentos sociais de Honduras abortaram o golpe
Honduras se prepara para o referendo deste domingo (28), depois de frustrar uma tentativa de golpe contra o presidente José Manuel Zelaya. Com ajuda voluntária de 45 mil pessoas, dos movimentos sociais hondurenhos, o material eleitoral já se encontra nos
Publicado 27/06/2009 16:26
As cédulas eleitorais foram recuperadas em uma base militar pelo próprio Zelaya, acompanhado de representantes de movimentos sociais, na quinta-feira (25). A ação de surpresa desbaratou um ''golpe de Estado técnico'' de setores da oligarquia hondurenha contra o presidente e o referendo.
Consulta decidirá sobre Constituinte
''Após 48 horas de muita desestabilização, tudo votou à normalidade'', disse Zelaya nesta sexta-feira. Ele advertiu porém que ''o perigo cessou, mas a ameaça sempre estará latente''.
O incidente teve início quando o presidente decidiu substituir o comandante do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general Romeo Vásquez, que se recusou a distribuir o material eleitoral. Quase ao mesmo tempo, o Congresso Nacional esboçou uma tentativa de declarar Zelaya ''incompetente para governar'', com apoio de uma manifestação de centenas de militares da reserva e da ativa, no centro de Tegucigalpa.
Além da reação firme de Zelaya e do apoio das organizações populares, a tentativa de golpe defrontou-se com uma unânime condenação internacional. A OEA (Organização dos Estados Americanos) e numerosos países latino-americanos expressaram sua repulsa. O Departamento de estado dos EUA também telefonou a parlamentares implicados no golpe ajudando a dissuadi-los.
Por decisão presidencial, a Polícia Nacional e as organizações sociais hondurenhas – sindicais, camponesas, estudantis e indígenas – substituirão os militares na garantia da ordem durante a consulta às urnas. Os eleitores hondurenhos decidirão neste domingo sobre a convocação, em novembro, de uma Assembléia Nacional Constituinte.
Fidel compara Zelaya a Allende
A tentativa de golpe em Honduras, abortada com apoio dos movimentos sociais, mereceu uma incisiva Reflexão do líder revolucionário Fidel Castro. Veja os trechos principais de Fidel:
''Faço uma pausa no trabalho que elaboro há duas semanas, sobre um episódio histórico, para solidarizar-me com o presidente constitucional de Honduras, José Manuel Zelaya. Foi impressionante ve-lo na Telesul discursando ao povo de Honduras. Denunciava energicamente uma trama reacionária para impedir um importante referendo.
Isso é a ''democracia'' defendida pelo imperialismo. Zelaya não cometeu a menor infração da lei. Não recorreu a um ato de força. É o presidente e o comandante em chefe das Forças Armadas de Honduras. O que acontecer naquele país será um teste para a OEA e para a atual administração dos Estados Unidos.
A corajosa conduta de Zelaya vai ficar na história. Suas palavras nos fizeram lembrar o discurso do presidente Salvador Allende, enquanto aviões bombardeavam o palácio presidencial do Chile, onde morreu heroicamente em 11 de setembro de 1973. Assim age um presidente e um comandante em chefe. O povo de Honduras nunca esquecerá esse gesto.''
Com Cubadebate e agências