CMS promove solidariedade à Palestina em SP
A Coordenação de Movimentos Sociais promove nesta quinta-feira (2) um ato de solidariedade ao povo palestino, no Clube Homs, em São Paulo, a partir das 19h. O ato terá a presença de José Reinaldo Carvalho, secretário de Relações Internacionais do Parti
Publicado 02/07/2009 16:35
O ato tem apoio, além da CMS, do Instituto Jerusalém do Brasil, da FEARAB de São Paulo, da FEPAL, BIBLIASPA e do Portal Arabesq.
A viagem, promovida pelo Foro de São Paulo, enviou uma delegação à Palestina, com o propósito de prestar solidariedade e reunir informações sobre a situação local.
Composta por José Reinaldo Carvalho, do Partido Comunista do Brasil, Graciela Garcia, da Frente Amplio do Uruguai e Valter Pomar, do Partido dos Trabalhadores, a delegação visitou o país de 4 a 6 de maio, a convite do Conselho Legislativo Palestino.
A delegação foi recebido pelo ministro palestino Riyad Malki, das Relações Exteriores, que expôs as duras condições impostas pelo ocupante israelense. Segundo ele, existem mais de 600 check-points na Cisjordânia. Grande número de palestinos já foi preso, por conta de atividades de resistência.
Ocupada desde 1968, Jerusalém, que é uma cidade santa para os muçulmanos, é praticamente vedada aos palestinos. A maior parte da juventude não conhece a Cidade Santa, sendo que 45% da população palestina tem menos de 18 anos.
Não houve acordo de paz, não houve desocupação dos territórios ocupados em 1967, não existe um Estado palestino viável. Em 2007 eles participaram das negociações de Anapolis, como parte do consenso árabe, para chamar atenção para a causa palestina e para deter as ocupações. Mas o governo de Israel não cumpriu a promessa de parar os assentamentos.
A delegação também visitou o Conselho Legislativo Palestino, reunindo-se com membros do parlamento. O ponto de destaque foi a informação de que mais de 40 integrantes do Parlamento palestino, inclusive seu presidente, estão presos em Israel, sem que haja contra eles nenhuma acusação.
O parlamento está paralisado há 23 meses, por conta disto. Parlamentares árabes e comunistas, integrantes do Parlamento de Israel, protestaram contra estas prisões.
O governo de Israel impediu a visita de uma comissão especial do Parlamento europeu, que pretendia visitar os parlamentares palestinos presos.
Os parlamentares pediram apoio internacional para a campanha de resistência popular contra o Muro (800 quilômetros de um muro de vários metros de altura, que corta o território palestino).
Defendem um boicote, a exemplo do que foi feito contra o apartheid sul-africano. Informaram que há protestos diários contra o Muro e que é importante a presença de internacionalistas.
Existem mais de 9 mil palestinos presos por Israel, vários deles sob um regime denominado ''detenção administrativa'' (6 meses prolongáveis, sem acusação).
A reunião seguinte foi com Dr. Saeb Arekat, chefe do Departamento de Negociações da OLP. Nesta reunião, foi relatado o andamento da negociação com Israel e também as negociações com o Hamas.
O Dr. Saeb apresentou-se como o negociador mais fraco da história: não tem exército, não tem Estado, não tem economia e ainda tem um povo dividido.
Reclamou, de maneira bastante enfática e didática, do acordo Mercosul-Israel, porque abrangeria produtos fabricados nas colônias (assentamentos) ilegais de Israel na Cisjordânia.
Reafirmou que a posição da OLP é por 2 estados, com base nas fronteiras de 1967, que dão a Israel 78% do território da Palestina, deixando 22% para o território do Estado palestino.
Informou a diferença entre a renda per capita dos palestinos (US$ 800) e dos israelenses (US$ 31 mil). Disse que os palestinos estão sendo forçados a comprar água de quem a roubou. Afirmou que nem no apartheid havia tanto restrição ao ir e vir.