Insulza: OEA não vai a Honduras para negociar
“Não vamos a Honduras para negociar”, disse o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza (chileno), em coletiva de imprensa antes de viajar para Tegucigalpa. Segundo o presidente eleito hondurenho, Manuel Zelaya, der
Publicado 02/07/2009 20:40
A decisão da OEA encarregou Insulza de, “junto com representantes de vários países, realizar gestões diplomáticas dirigidas a restaurar a democracia, o Estado de direito, e reconduzir o presidente José Manuel Zelaya Rosales”.
O secretário-geral da Organização também deixou clara a sua missão em Tegucigalpa. “Não vamos negociar. Vamos a Honduras para pedir a eles que mudem o que estão fazendo”, afirmou aos jornalistas, em Georgetown, na Guiana.
No entanto, Insulza não se mostrou muito otimista. “Farei tudo que puder. Mas creio que será muito difícil mudar as coisas em um par de dias”, declarou.
Enquanto o enviado da OEA se preparava para embarcar, os 27 países-membros da União Europeia decidiram “chamar para consultas” os seus embaixadores em Honduras, como forma de manifestar seu protesto contra o golpe. A decisão foi tomada a pedido do chanceler espanhol, Miguel Angel Moratinos. O Brasil e outras nações latino-americanas já deram o mesmo passo.
Zelaya falou à imprensa no Panamá, onde assistiu como convidado oficial a posse do novo presidente. Ele reafirmou que no sábado voltará ao seu país, onde os golpistas o ameaçam com “pelo menos 20 anos de prisão”. O presidente estava acompanhado da ministra de Relações Exteriores de seu governo, Patricia Rodas, que denunciou o golpe em entrevista à Telesur antes de ser também sequestrada e retirada do país pelo exército.
A OEA deu um prazo de 72 horas, que expira no sábado, para a recondução “incondicional” do presidente Zelaya ao cargo para o qual foi eleito pelos hondurenhos em 2005. “Se não repuserem o presidente, será aplicado o artigo 21 [do regimento da Organização] e se suspenderá Honduras, com as consequências que issso acarreta”, adiantou o chanceler argentino, Jorge Taiana.
Da redação, com agências