Paz tensa no oeste da China após motins onde 156 morreram
Os postos de controle foram parcialmente suspensos na manhã desta segunda-feira (6) em Urumqi, capital da Região Autónoma de Xinjiang Uygur, no noroeste da China, após os violentos tumultos no domingo que mataram 156 pessoas — 129 homens e 27 mulheres. A
Publicado 06/07/2009 22:18
Um total de 140 pessoas morreram e 828 ficaram feridas nos violentos tumultos que ocorreram em Urumqi. Grupos de pessoas saíram às ruas com facas e bastões de bameira, jogando tijolos e pedras, por volta das 19 horas de domingo (hora local). Vários veículos e edifícios foram destruídos, segundo o governo regional.
Nesta segunda-feira o controle do tráfego foi cancelado em todas as ruas exceto as de Yan'an Tuanjie, as imediações da Universidade de Xinjiang e Ningxiawan, nos subúrbios de Urumqi.
Trabalhadores municipais limparam os detritos nas ruas e o tráfego foi restaurado. Veículos destruídos ainda estão sendo removidos dos pontos da capital Uygur mais afetados pelos incidentes.
No entanto, a maioria das lojas permaneceu fechada na segunda-feira de manhã, nas áreas onde ocorreram os confrontos. Em um mercado próximo à rua Guangming, lotado em dias normais, apenas dez barracas de legumes e frutas abriram nesta segunda-feira.
Li Guifang, morador local que vive perto do mercado, disse que a população do bairro tinha conhecimento dos tumultos da noite anterior. Por isso poucos se animaram a ir ao mercado nesta manhã.
Policiais armados patrulham as ruas que ainda estão bloqueadas. Esta manhã, bombeiros ainda tentavam extinguir um incêndio em uma loja de Ningxiawan.
Vários moradores de Urumqi disseram que ainda não se sentiam seguros, apesar da ordem ter sido restabelecida. Um jovem casal que testemunhara os distúrbios em Ningxiawan disse que ''se sentem inseguras e logo mudariam dali''. Antes, os dois jovens, vindos de Korla, a sudoeste de Urumqi, planejavam comprar uma casa na capital regional.
Os veículos de comunicação do Ocidente trataram o incidente na Região Uygur com cautelas que contrastam com o apoio dado o episódio semelhante ocorrido no Tibete em 2008, embora o saldo de mortos tenha sido bem maior. A prudência é atribuída aos vínculos que o movimento separatista uygur teria com redes terroristas da Ásia Central.
Nur Bekri, presidente da Região Autônoma, falando à TV, atribuiu o incidente a ''três forças'': o terrorismo, o separatismo e o extremismo. Ele disse que o detonador da violência foi uma briga entre trabalhadores das nacionalidades uigur e han, numa fábrica de brinquedos em Guandong (sul da China), no dia 26 de junho. Dois trabalhadores uygures foram mortos no conflito.
A Região Autônoma tem 11 milhõesde habitantes. As nacionalidades mais populosas são a uygur, a han, a kazaque e a hui. A religião predominante é o Islã.
Com informações da agência Xinhua (http://french.people.com.cn)