Messias Pontes – O Plano Real e o engodo tucano
Como é próprio da sua prática, o tucanato, com o irrestrito apoio da grande mídia conservadora, venal e golpista, continua plantando as suas mentiras. Porém a colheita será muito amarga tão logo a verdade, na sua plenitude, venha à tona. E não irá demorar
Publicado 15/07/2009 09:28 | Editado 04/03/2020 16:34
Para comemorar os 15 anos do Plano Real, o tucanato realizou até sessão solene no plenário do Senado Federal, tendo à frente o Coisa Ruim. A propaganda partidária do PSDB, no rádio e televisão, levada ao ar recentemente, foi um verdadeiro engodo. Não foi retirado do ar- por ser enganosa – por pura incompetência dos partidos que hoje apóiam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, notadamente do PT.
Maior crítico da propaganda enganosa, o ex-presidente Itamar Franco desmascara a farsa plantada pelas lideranças tucanas, em especial o seu sucessor que ele considera um falsário. Isto porque assinou as cédulas de Real para tirar proveito eleitoral, o que acabou acontecendo.
Dizendo-se arrependido de tê-lo indicado para sucedê-lo, Itamar Franco enfatizou que “ele (FHC) já não era mais ministro da Fazenda e, mesmo assim, assinou cédulas do Real. É a primeira vez que estou revelando. Isso é grave porque só poderia ter assinado a cédula o ministro Rubens Ricúpero (que substituiu o Coisa Ruim de março a setembro de 1994, durante a implantação do Plano Real)… Ele sabia que sem o autógrafo, sem a cédula do Real, não ganharia a eleição”.
Outra farsa tucana apontada por Itamar Franco foi com relação aos remédios genéricos e, para tanto, apela para o testemunho do seu ministro da Saúde, Jamil Haddad. “Nós criamos a lei dos genéricos”, salientou o ex-presidente. No entanto, até hoje o tucano José Serra, ex-ministro da Saúde do Coisa Ruim e atual governador paulista, derrotado por Lula em 2002, continua enganando os brasileiros, assumindo a paternidade dos genéricos.
O que precisa ser dito com relação ao Real é que, a partir de 1995, quando os tucanos assumiram o poder político, o Plano teve uma mudança de rumo. E o resultado não é nada lisonjeiro, já que ocasionou mais uma década perdida, com reflexos altamente negativos até hoje.
É imperioso que se esclareça que a dívida pública foi multiplicada por dez, passando de R$ 60 bilhões para mais de R$ 600 bilhões; os juros atingiram patamar estratosféricos, chegando a 49%; o crescimento econômico foi o mais pífio de todos os tempos, o desemprego desembestou, a concentração de renda atingiu o maior patamar de toda a história republicana, o patrimônio público foi criminosamente dilapidado, a saúde e a educação foram completamente sucateadas, a infraestrutura totalmente destruída, a soberania nacional ficou ameaçada, o País quebrou três vezes nos malditos oito anos e a autoestima dos brasileiros foi pro chão.
Isto sem falar na institucionalização da corrupção que já era sistêmica. Vários livros foram publicados sobre a tragédia causada pelo desgoverno tucano-pefelista (1995 a 2002), destacando-se O MAPA DA CORRUPÇÃO NO GOVERNO FHC, dos jornalistas Larissa Bortoni e Ronaldo de Moura, e O BRASIL PRIVATIZADO, em dois volumes: o desmonte da nação, e a roubalheira continua, do também jornalista Aloysio Biondi.
Os escândalos – muitos fabricados – nos últimos seis anos – são fichinhas diante do que ocorreu nos oito anos da tragédia tucano-pefelista. Foram dezenas. Tudo começou com o decreto nº 1.376, assinado no 19º dia do desgoverno pelo Coisa Ruim, extinguindo a CEI – Comissão Especial de Investigação. Foi aí que a corrupção foi institucionalizada para garantir a re-eleição. Em seguida vieram os escândalos do Proer, DNER, Sudam, Pasta Rosa, Sivam e, principalmente, a privataria, um verdadeiro caso de Polícia.
Messias Pontes é jornalista e colaborador do Vermelho/CE