Zelaya chama o povo de Honduras à 'insurreição'
O presidente deposto das Honduras, José Manuel Zelaya, apelou esta terça-feira à insurreição do povo hondurenho como forma de protesto para pressionar o afastamento do governo interino que o exilou à força.
Publicado 15/07/2009 10:23
“A insurreição é um direito do povo que está consagrado no artigo 3 da Constituição de Honduras e os hondurenhos devem fazer valer os seus direitos constitucionais”, disse numa conferência de imprensa, na Guatemala, onde se encontra. Na conferência, que deu junto do presidente da Guatemala, Alvaro Colom, Zelaya lembrou que “ninguém deve obediência a um governo usurpador”.
“A greve, a manifestação, as ocupações, a desobediência civil são um processo necessário quando se violenta a ordem democrática em um país”, disse, convocando a população a permanecer nas ruas.
Manuel Zelaya voltou a alertar para o fato de ter intenção de voltar às Honduras, apesar dos avisos feitos pelo Governo interino de que será detido, só não especificou quando o fará. “Vou regressar ao país o mais depressa possível. Não quero avisar a hora nem o dia para não alertar os opositores”, disse o presidente hondurenho afastado do poder a 28 de Junho. “Eu não me rendi nem me vou render”, acrescentou.
Na segunda-feira passada, Zelaya deu um ultimato aos golpistas para que resolvam a crise na próixima reunião de mediação, convocada pelo presidente da Costa Rica, Óscar Arias, para o próximo sábado. O hondurenho afirmou que casonão seja restituído ao poder como resultado do encontro, irá considerar fracassada a negociação e procederá com “outras medidas”.
Paciência
As declarações de Zelaya não pareceram surtir efeito no governo instalado com o golpe. “Nós não nos sentimos ameaçados porque este é um governo cosntituído, onde hpa paz social”, disse o novo chanceler, Carlos Lopez, que destacou que o governo “tem o controle completo do território”.
Lopez assegurou que seu governo irá à reunião do sábado, em San José, mas recomendou “encher-se de paciência para este tipo de negociação”.
Da Costa Rica, Óscar Arias pediu a Zelaya que tenha paciência pois o processo de negociação poderá ser moroso. “Eu entendo o desejo do presidente Zelaya de voltar e retomar o cargo de presidente de Honduras o mais rápido possível, mas a minha experiência diz-me que a pessoa tem de ter um pouco de paciência”, disse Arias, questionando de que outra menira Zelaya poderia retomar o poder, senão pelo diálogo.
Sobre o ultimato de Zelaya, os Estados Unidos se manifestaram ontem, contrários a fixar um “prazo artificial” para as tarefas de mediação de Arias.
Com La Jornada