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Mercadante vai deixar a liderança do PT no Senado

Em discurso programado para esta quinta (20), o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), anunciará que vai deixar a liderança da sigla. O senador discordou da orientação do presidente da legenda, Ricardo Berzoini, para que os três senadores da sigla votassem no Conselho de Ética a favor do arquivamento das representações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O episódio desgastou o líder no comando da bancada.

Em entrevista nesta quarta (19)à imprensa, após reunião da bancada do partido, Mercadante declarou que "a decisão da Executiva Nacional do PT impôs uma disciplina partidária que, seguramente, não foi o melhor caminho para a bancada nem para o Senado". Ele frisou ainda que a sua postura, ao defender investigações a partir das denúncias contra Sarney, "expressa o sentimento majoritário da bancada do PT no Senado".

Na reunião, segundo nota publicada no seu site, Mercadante divulgou que recebeu sete pedidos dos dez senadores petistas para que não deixe o comando da bancada. "Não reivindico essa posição e estou aqui hoje para cumprir um papel. Não fosse por isso, voltaria a ser um senador da base", afirmou. A líder do Governo no Congresso, Ideli Salvatti (SC), o senador Delcídio Amaral (MS), a senadora Fát ima Cleide (RO) e Flávio Arns não quiseram comparecer.

O senador disse, ainda, que cumpriu seu papel de líder ao não substituir do conselho os senadores João Pedro (AM), Ideli Salvatti e Delcídio Amaral por parlamentares que não integram o partido. A medida seria uma alternativa para facilitar o arquivamento das denúncias e representações contra Sarney.

Nos bastidores, comenta-se que o líder foi duramente criticado por alguns de seus colegas de bancada por ter descumprido o acordo com a cúpula do partido e fazer jogo de cena com a opinião pública. O afastamento dele foi abertamente defendido por Delcídio Amaral após a reunião do conselho.

De Brasília com informações da Agência Senado e da assessoria de Mercadante