Inácio defende urgência para tramitação a PEC do Jornalista
O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), designado na Comissão de Constituição de Justiça do Senado (CCJ) relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retoma a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, esteve sábado (29) debatendo no Sindicato da categoria. “A proposta tem de ser encaminhada em regime de urgência, para ser votada até o mês de março, porque 2010 será um ano eleitoral”, afirma o senador.
Publicado 02/09/2009 15:40 | Editado 04/03/2020 17:18
A PEC, protocolada pelo senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), acrescenta artigo à Constituição determinando que o exercício da profissão de jornalista seja “privativo do portador de diploma de curso superior de Comunicação Social, com habilitação em jornalismo, expedido por curso reconhecido pelo Ministério da Educação, nos termos da lei.”
O objetivo é superar o impasse provocado pela decisão equivocada do Supremo Tribunal Federal, que em 17de junho declarou nula a exigência de diploma, deixando um vácuo jurídico e transtornos para a categoria. Como não foi publicada nenhuma norma depois da decisão do STF, a própria DRT (Delegacia Regional do Trabalho) não está emitindo novos registros para jornalistas, nem diplomados. Inácio Arruda lembra, por exemplo, que parte do texto da lei de regulamentação da profissão de jornalista, que se refere à distribuição de recursos publicitários, não foi mexida.
Várias audiências públicas serão feitas com representantes de associações e federações de jornalistas e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), além de estudantes e profissionais, para aperfeiçoar o texto da PEC. Inácio enfatiza a necessidade do engajamento nessa luta. “Precisamos ter pelo menos um jornalista de cada Estado do País nas audiências na CCJ.”
O texto da proposta apresenta duas ressalvas: uma permite a presença nas redações da figura do colaborador, não diplomado em jornalismo, que produz trabalho de natureza técnica, científica ou cultural, relacionado com sua especialização. A outra exceção é para jornalistas provisionados, que obtiveram esse tipo de registro especial perante o Ministério do Trabalho.
Para os senadores que defendem a exigência do diploma, não se pode desconsiderar os benefícios trazidos para a profissão com a exigência da formação universitária específica na área de comunicação: “Um jornalista deve se ocupar da apuração criteriosa de fatos, transmitindo a informação à população dentro de padrões éticos e de técnicas que garantam a imparcialidade da notícia e o respeito ao direito à informação, o que exige formação adequada e específica”, destaca Inácio Arruda.
Fonte: Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP)