Canadenses exigem retirada do Afeganistão

Kenny, que dirige o comitê parlamentar de Segurança e Defesa, assegurou que o Canadá não obteve nem alcançará seus objetivos na ocupação militar dirigida pelo americano Pentágono há sete anos.

O parlamentar recomendou ao premiê Stephen Harper que pronuncie de uma vez a palavra "retirada" e faça voltar aos seus lares os soldados canadenses que participam da ocupação.

Na opinião do senador, pouquíssimas conquistas foram asseguradas em no país asiático em relação à estabilidade e segurança, apesar do país e dos EUA terem desembolsado cerca de 10 bilhões de dólares.

Além disso, o movimento Talibã se fortaleceu em várias províncias do Afeganistão, apesar da presença de mais de 100 mil soldados americanos naquele país, lembrou Kenny.

O congressista liberal, que já visitou o Afeganistão por três vezes, aconselhou o premiê Harper a minimizar o número de efetivos militares canadenses e somente manter na região instrutores.

Michel Drapeau, coronel retirado do exército canadense, aconselhou o governo a "redesenhar" a missão militar no país, já que as tropas da Otan, "não estão vencendo" a missão.

"A morte de dois soldados do Canadá no fim de semana demonstra o péssimo momento vivido pelas tropas de ocupação e que Ottawa precisa reexaminar sua estratégia", sublinhou Drapeau.

A perdas dos cabos Yannick Pepin e Jean-Francois Drouin elevam o número de baixas canadenses para 129, desde que o país iniciou a ocupação do Afeganistão.

Na opinião de Drapeau, agora analista militar, a situação faz com que as famílias e o público canadenses reforcem os questionamentos e o ceticismo sobre os objetivos do exército na ocupação.

Na semana passada, o chefe das tropas estadunidenses e da Otan, general Stanley McChrystal, reconheceu que o Pentágono está mal posicionado no Afeganistão e é urgente modificar a estratégia da ocupação.

De acordo com o comandante, a situação bélica de Washington é similar à de um "touro ferido investindo contra um toureiro".

Fonte: Prensa Latina