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Paquistaneses saem às ruas contra violência de americanos

Convocados pelo Partido Trabalhista do Paquistão, paquistaneses saíram às ruas hoje para protestar contra a escalada dos "efeitos da guerra" na região. O partido condena a política adotada pelo presidente dos Estados Unidos Barack Obama para os países islâmicos com o aumento do envio de tropas estadunidenses e a escalada de violência no Afeganistão e no Paquistão. Não houve tumulto durante a manifestação.

Quando Obama assumiu a presidência havia cerca de 32 mil soldados estadunidenses no Afeganistão. Já no fim do primeiro semestre de 2009 já havia cerca de 100 mil soldados, o que representa um aumento de 312%.

Nesta terça-feira foi anunciado também um reforço das tropas estadunidenses no Afeganistão: serão mais 30 mil soldados no país já a partir de 2010.

Em pronunciamento recente, Obama afirmou que o Paquistão era ''um porto seguro para perigosos terroristas, cuja localização é conhecida, e cujas intenções são claras e não podem ser toleradas”.

Para o porta-voz do Partido Trabalhista, Farooq Tariq, esta declaração representa uma investida maior dos estadunidenses contra o país e pode significar “mais bombas, mais ataques e mais derramamento de sangue na região”. Líderes do partido afirmaram que Obama “desapontou muitos que tinham a ilusão de que ele pudesse trazer paz e prosperidade para o mundo”.

“Para muitos americanos a promessa da nova administração de Obama era de que finalmente os Estados Unidos iriam rejeitar o conceito de que eles podem ignorar as leis internacionais e usar a violência indiscriminadamente pelo mundo para assegurar seus interesses. Essa esperança foi destruída quando Obama cedeu para os generais e aos especialistas do neoconservadorismo expandindo os oito anos de guerra no Afeganistão e garantindo mais violações das leis da guerra”, afirmou o porta-voz Tariq.

Ao mesmo tempo o Partido Trabalhista também acusou o governo paquistanês de copiar a política econômica estadunidense, que estariam “promovendo a guerra e mais miséria para os paquistaneses”, e defendeu que o governo parasse de financiar as madrassas – escolas religiosas – e consequentemente, os fanáticos religiosos. “Pelo menos 10% deve ser gasto com educação, que deve ser ofertada gratuitamente até a universidade e para todos os paquistaneses”, disse.

Fonte: Revista Fórum