Sou um militante feminista, diz Luciano Siqueira

Luciano também destacou o contínuo crescimento da ocupação de espaços sociais pelas mulheres, no Brasil e no mundo. “Nos últimos 30 anos, no mundo e no Brasil principalmente, as mulheres, por necessidade de sobrevivência, ocupam cada vez mais o mercado de trabalho e outras esferas da vida social e vivem, portanto, uma nova experiência de vida que as tornam mais sensíveis à defesa da igualdade de gênero”.

“Hoje no MST, nos movimentos populares é crescente o número de mulheres inclusive como dirigentes. Quando estudava medicina na UFPE e fui cassado, em cada grupo de enfermeiros havia duas mulheres para cada oito homens, quando voltei cinco e meio anos depois para terminar o curso essa relação já estava se invertendo. Naquela época, eram três mulheres cursando engenharia, o que era visto até com certa estranheza. Hoje na sala de aula de um curso de engenharia a maioria dos alunos são mulheres”, disse Luciano, lembrando ainda a participação das mulheres na vida sindical, inclusive como presidentes, e nas Casas legislativas.

“Teresa Leitão é uma delas, sindicalista e deputada estadual. Hoje a Assembleia Legislativa de Pernambuco tem seis mulheres deputadas, o maior número de mulheres deputadas de sua história, na Câmara Municipal do Recife são quatro vereadoras. Acho que são fatos novos da vida social brasileira de grande importância”, disse.

O parlamentar ressaltou, no entanto, que a atuação feminina ainda sofre restrições. “No Orçamento Participativo da Prefeitura do Recife, por exemplo, tem um problema: a maioria dos participantes é mulher, mas na eleição de delegados e conselheiros a desigualdade ainda prevalece, porque embora os homens sejam minoria o grupo termina elegendo mais delegados homens do que delegadas mulheres. Na nossa gestão na PCR fizemos um movimento, orientado pela Coordenadoria da Mulher, hoje Secretaria da Mulher, no sentido de incentivar as mulheres a elegerem delegadas e conselheiras. Inclusive nas assembléias do Orçamento Participativo nós criamos as brinquedotecas exatamente para que as mulheres pudessem comparecer e deixar seus filhos pequenos a cargo de recreadores e recreadoras e assim participar mais ativamente das reuniões, sem ter que ficar com os filhos no colo durante o debate”, explicou.

Para o vereador, ainda existe no Brasil uma desproporção entre a presença da mulher na vida social e econômica e a presença da mulher no Parlamento e nos governos. “Isso ainda deixa a desejar, mas tem crescido e uma das bandeiras de luta das mulheres neste dia 08 de março é exatamente o incentivo para que mais e mais mulheres ocupem espaços de liderança e de comando na esfera política. A sociedade só tem a ganhar com isso. Não há razão para a disputa e a resistência que ainda existe. Então, o dia 08 de março é um dia muito importante para denunciar, mas, sobretudo, para comemorar as conquistas que as mulheres obtiveram em nosso País”.

Fonte: site do Vereador Luciano Siqueira