Pré-sal e passe livre levam milhares de estudantes às ruas
Os estudantes amazonenses ampliaram a palavra de ordem lançada pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) reivindicando os 50% do fundo social do pré-sal para educação. Na manhã de ontem (25), 2 mil estudantes da capital do Amazonas participaram da manifestação da jornada de lutas das entidades estudantis. A atividade contou com a presença do presidente da UBES Yan Evanovick.
Publicado 26/03/2010 18:32 | Editado 04/03/2020 16:12

Em ambos os órgãos, protocolaram um documento no qual manifestam o posicionamento dos estudantes. Nele, afirmam que a histórica bandeira de luta do passe livre pode ser financiado pelos recursos oriundos da exploração do petróleo da camada do pré-sal. Afirmam, ainda, que o aumento da precarização do transporte coletivo em Manaus é uma prova de que o argumento utilizado para realizar o corte na meia passagem era equivocado.
Durante vários anos, os lobistas dos empresários que operam o transporte público argumentaram que benefícios como a meia passagem impediam a realização de novos e maiores investimentos na área. Desde a efetivação do corte, em junho do ano passado, nada disso tem se comprovado. Ao contrário, o sistema de transporte de Manaus se tornou ainda pior.
Estudantes fundamentam suas lutas
O casamento das pautas nacional e regional dos estudantes foi o diferencial apresentado, nas ruas, pelo movimento estudantil amazonense. Dessa forma, contemplaram a luta maior que os estudantes travam em âmbito nacional sem deixar de pautar as demandas locais.
O presidente da UBES, que se firmou nacionalmente por liderar grandes manifestações em defesa da meia passagem na cidade, reconheceu o valor da inovação. “Tradicionalmente valorizávamos, aqui no estado, as pautas específicas daqui. Esse ano, conseguimos inovar com qualidade e também incluímos a pauta nacional que tem mobilizado estudantes em todo país”, destacou Yan, que havia participado no dia anterior da manifestação em Brasília.
A presidente da UEE-AM, Maria das Neves, reafirmou esse propósito. “Contribuímos com a luta nacional sem deixar de nos posicionar sobre o problema que mais tem afetado a população de Manaus, que é o transporte público. Essa jornada é apenas uma de tantas manifestações que iremos realizar até que o povo consiga avanços concretos”, disse.
O presidente da UESAM Natanael Gomes e o vice AM/RR da UNE André Marsílio seguiram no mesmo tom. “Não poderíamos deixar de fazer isso. A luta do pré-sal é uma das mais importantes da história do país. E a questão do transporte em Manaus e a necessidade do passe livre dos estudantes é algo que não pode deixar de ser falado aqui”, ressaltou o líder secundarista.
“O pré-sal surgiu com a novidade de colocar o país num novo cenário da geopolítica mundial. Nacionalmente apontamos que a metade desses recursos devem ser investidos na educação. E no Amazonas apontamos que isso tem que se iniciar pela viabilização do passe livre”, ponderou Marsílio.
De Manaus,
Anderson Bahia