Embaixador recebe PCdoB e fala dos 32 anos de reforma da China
O embaixador da República Popular da China no Brasil, Qiu Xiaoqi, recebeu a visita do presidente do Partido Comunista do Brasil, Renato Rabelo, e do secretário de Relações Internacionais, Ricardo Abreu na última sexta-feira (9), em Brasília.
Publicado 12/04/2010 14:45

Qiu Xiaoqi é um diplomata com vasta experiência na América Latina. Trabalhou em Cuba, no Peru, Chile e na Bolívia. Mais recentemente foi embaixador da China na Espanha, por seis longos anos. Agora no Brasil desde os últimos meses de 2009, vem desenvolvendo uma intensa agenda de contatos e reuniões com líderes brasileiros, procurando fortalecer as relações de cooperação e amizade entre os dois países.
30 anos de busca de rumo e 30 anos de Reforma e Abertura
Na ocasião houve uma frutífera troca de opiniões entre as duas partes. O embaixador situou no tempo histórico o processo de construção do socialismo na China, uma experiência que no ano passado completou 60 anos, a fase inicial de construção socialista no país. Para Qiu Xiaoqi, as principais tarefas do Estado Socialista atualmente na China são fortalecer e desenvolver as forças produtivas nacionais, elevar o nível da produção e da capacidade tecnológica do país e melhorar constantemente a vida do povo chinês.
O embaixador ressaltou também a importância de a China acompanhar a evolução de todos os países do mundo – e especialmente aqui no Brasil conhecer os esforços do PCdoB e do governo brasileiro para desenvolver o país.
Renato Rabelo, por sua vez, externou a opinião de que a experiência do Partido Comunista da China é muito rica, com seus êxitos e reveses. Segundo Renato, o caminho percorrido pela China nos últimos 60 anos consistiu em 30 anos de busca de rumo e depois outros 30 anos de aplicação da política de Reforma e Abertura, inaugurado em 1978 sob a orientação do líder Deng Xiaoping.
Grandes desafios
O embaixador lembrou que a China enfrenta desafios gigantescos na atual fase de seu desenvolvimento. Salientou que será preciso solucionar as imensas dificuldades que a frota naval chinesa está vivendo na tarefa de transportar a produção nacional pelo mundo, além das questões ligadas à defesa da Nação. Nesta questão os chineses estão lutando contra a política de “contenção” exercida pela frota naval do maior país imperialista do Planeta, os Estados Unidos. Mesmo assim, a China adota os cinco princípios de coexistência pacífica desde que foi formulada pela primeira vez pelo líder Chu Enlai, um dos fundadores da diplomacia chinesa contemporânea: 1) respeito mútuo à soberania e integridade nacional; 2) não-agressão; 3) não intervenção nos assuntos internos de um país por parte de outro; 4) igualdade e benefícios recíprocos e 5) coexistência pacífica entre Estados com sistemas sociais e ideológicos diferentes.
Perspectivas das relações entre a China e o Brasil
Na visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, em 2009, os dois países firmaram importantes acordos comerciais e de parcerias estratégicas, o que consolidou o volume de comércio bilateral que em 2004 tinha sido da ordem de 9.151 bilhões de dólares e que em fins de 2009 passou para 36 bilhões de dólares. Ou seja, houve um incremento de quatro vezes no volume de produtos intercambiados.
Empresas brasileiras como a Embraer instalaram fábricas na China e obtiveram bons resultados em seus investimentos no país asiático. Na área de ciência e tecnologia, o projeto sino-brasileiro de Recursos Terrestres CBERS entrou em seu 22º ano e os dois países já lançaram três satélites que forneceram muitos dados úteis, enquanto que o quarto satélite CBERS será lançado em 2011. Além deste esforço os dois países desenvolvem um amplo intercâmbio cultural. No dia 2 de março último o embaixador esteve reunido com o ministro da Cultura do Brasil, Juca Ferreira, preparando a visita que o presidente da China fará ao Brasil proximamente, em função da reunião do BRICs. Na ocasião Qiu Xiaoqi declarou que “a ideia é aproveitarmos a vinda do presidente chinês para firmarmos parcerias para a realização do Mês Cultural da China no Brasil, em novembro deste ano”.
Por fim, o embaixador mostrou grande interesse em conhecer a atividade e o tipo de organização do Partido Comunista do Brasil, sua posição política atual em relação ao governo do presidente Lula e os resultados do 12º Congresso do PCdoB. Uma série de novos encontros foi agendada, no sentido de estreitar as relações entre os dois Partidos e os dois povos.
Da redação,
com informações da assessoria da Presidência do PCdoB e do Blog de Renato Rabelo