Palestinos dão mais duas semanas para EUA reiniciarem diálogo
O governo palestino anunciou nesta sexta-feira (5) que concedeu aos Estados Unidos outras duas semanas para que tratem de reiniciar o então paralizado diálogo direto com Israel, mas manteve irretocada sua demanda sobre os assentamentos na Cisjordânia.
Publicado 05/11/2010 19:49
A notícia foi confirmada em Ramala, cidade da Cisjordânia, sede da Autoridade Nacional Palestina (ANP), depois da reunião do chefe do grupo de negociações árabe Saeb Erakat em Washington com o enviado especial estadunidense para o Oriente Médio, George Mitchell.
Um porta-voz do presidente da ANP, Mahmud Abbas, indicou que Erekat se comprometeu com Mitchell a conceder outras duas semanas de graça à diplomacia da Casa Branca para tentar persuadir o premiê israelense, Benjamín Netanyahu.
Netanyahu se nega a renovar a moratória nas construções de moradias para israelenses fundamentalistas nas colônias da Cisjordânia, qualificadas como ilegais pela ONU, além de dar prosseguimento à construção na parte oriental e árabe de Jerusalém.
"Os palestinos concederão aos Estados Unidos várias semanas a mais para tratar de reiniciar as conversações diretas com Israel, mas não renunciarão a sua demanda chave de colocar um fim às atividades nas colônias", sublinhou o negociador da ANP.
Por sua vez, o porta-voz sublinhou que a decisão da Liga Árabe, na cúpula extraordinária de Sirte, Líbia, em 9 de outubro passado, de dar um mês à Washington para convencer Netanyahu de congelar as colônias "poderia variar, mas a demanda central segue invariável".
Segundo Erekat, Mitchell afirmou que os esforços diplomáticos com Telavive "podem necessitar de mais duas ou três semanas", embora círculos diplomáticos árabes na região considerem pouco provável uma mudança de atitude do governo sionista.
A ANP reiterou as palavras de seu chefe de negociadores, quando disse a Mitchell que os palestinos "estão esperando ouvir uma oferta dos estadunidenses e até agora não há razão para que se reunam com o comitê de prosseguimento da Liga Árabe" para tomar a decisão final.
Para Erekat, "a chave está nas mãos de Netanyahu. A escolha é sua: colônias ou paz. Não pode optar pelas duas", expressou, enquanto conselheiros de Abbas admitiram que é pouco provável um anúncio em Telavive de paralização das obras em bairros árabes da Cisjordânia.
Líderes árabes criticaram também a anunciada intenção do chefe de governo israelense de aproveitar a reunião que realizará na próxima semana na ONU com o secretário-geral Ban Ki-moon, para pedir que ele crie obstáculos para uma eventual solicitação da ANP.
Abbas adiantou que se as reuniões com os israelenses fracassarem poderá recorrer ao Conselho de Segurança da ONU para solicitar que reconheça o Estado independente que os palestinos proclamariam de forma unilateral, sem levar em consideração as negociações com Israel.
Fonte: Prensa Latina