Encontro de Artesãos debate estratégias de fomento ao setor
Cerca de 400 artesãos, de 25 localidades baianas, compareceram à Fundação Luis Eduardo Magalhães, nesta quarta-feira (23), para comemorar a passagem do seu dia, 19 de março. Promovido pelo Instituto Mauá, em parceria com o SEBRAE/BA, o IV Encontro de Artesãos homenageia aqueles que se dedicam ao ofício artesanal e, para além da justa celebração, é o momento de troca de experiências e de debate de alternativas para aprimorar a gestão de políticas públicas para o setor.
Publicado 23/03/2011 17:30 | Editado 04/03/2020 16:19

“É uma característica, do nosso Governo, estabelecer o diálogo permanente com as comunidades e segmentos com os quais nos relacionamos diretamente. Naturalmente, no caso dos artesãos, é preciso ter espaços de troca de opiniões, mas que tenha também esse caráter de reciclagem e de trazer novas informações e perspectivas, aprofundando a relação dos artesãos entre eles e com o próprio Mauá”, destacou o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – Setre, Nilton Vasconcelos.
Na oportunidade, Vasconcelos também atentou sobre a necessidade de reformulação da ocupação do Mercado Modelo, em Salvador, que comercializa produtos majoritariamente advindos de outros estados. “É um espaço público, referência turística para o Estado e, supostamente, difusor da nossa cultura. Portanto, não podemos mais admitir que o Mercado Modelo comercialize peças não decorrentes da produção artesanal baiana”, enfatizou. A Setre, inclusive, já contatou a Emtursa – órgão municipal que administra o equipamento – para viabilizar o projeto.
Ainda nesta linha, desponta a criação de um Selo do Artesanato Baiano com o intuito de certificar a produção local com uma marca própria. A idéia é que cada peça seja identificada com a sua cidade de origem, artesão responsável e a referida tipologia. O Instituto Mauá, inclusive, já faz esse levantamento sistemático da produção. “A importância do selo é que traga, junto à peça, o valor de autenticidade, evitando que haja duplicação ou cópias e fazendo com que os produtos artesanais sejam reconhecidos lá fora enquanto produto de identidade cultural da Bahia”, pontuou a diretora-geral do Mauá, Emília Almeida.
A proposta do selo será encaminhada ao Programa do Artesanato Brasileiro – PAB, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com vistas a se tornar projeto-piloto do PAB na Bahia, sob a coordenação do Mauá. O próximo passo é a criação de uma comissão para estabelecer os critérios de definição das peças aptas a receberem a certificação, a exemplo da exigência de ser uma produção baiana, feita por artesãos do estado e, claro, atendendo a quesitos de qualidade.
Valorização e divulgação do artesanato
Para os artesãos, o resultado imediato é a ampliação da visibilidade do seu trabalho. “Uma vez que a produção esteja identificada e cada vez mais reconhecida, o artesão ganha com a divulgação que, por si só, já gera um reconhecimento do produto ligado às raízes culturais daquele local onde foi produzido”, explica Emília.
E são os próprios artesãos que atestam as palavras da diretora. “É com muita satisfação e prazer que faço parte dessa instituição, que nos trata com muito carinho e respeito”, afirmou a representante dos artesãos, Fátima Freitas, em seu discurso na abertura do evento. “Hoje, o Mauá nos ensina a produzir com mais qualidade para que o nosso trabalho seja conhecido e tenha mais vendagem”, completou Vivaldo dos Santos, que trabalha com cestaria e trançado no município de Irará. O presidente da Associação de Auxílio Mútuo dos Oleiros de Maragogipinho, Denisval de Souza, faz coro à atuação do Instituto: “O Mauá é a nossa representatividade”.
O IV Encontro de Artesãos da Bahia ainda reuniu palestras sobre a produção artesanal associada ao turismo, e artesanato e meio ambiente; além de apresentação de coral e do grupo artístico Boiada Multicor, do Pelourinho, e o sorteio de cinco exemplares do recém-lançado catálogo “Artesanato Baiano – Saberes e Fazeres”, produzido pelo próprio Instituto. O evento ainda disponibilizou o cadastramento gratuito dos artesãos interessados em se tornar empreendedores individuais, numa iniciativa do Sebrae/BA. “O nosso desafio é tornar a atividade artesanal cada vez mais empreendedora e a primeira providência é se formalizar”, frisou o superintendente do Sebrae, Edival Passos.
O benefício de aderir ao Sistema Previdenciário foi adquirido desde 2008, beneficiando 18 milhões de brasileiro. Na Bahia, o número de trabalhadores formalizados atingirá a casa dos 100 mil até abril deste ano.
Fonte: Ascom/Mauá