Sem categoria

Skaf e Chalita chegam ao PMDB para recuperar espólio do quercismo

O ex-candidato a governador Paulo Skaf — que se filia nesta quarta-feira (11) ao PMDB — e o deputado federal Gabriel Chalita (SP), prestes a também se tornar peemedebista, aderem à legenda depois de ela colher seus piores resultados eleitorais desde 1994. Na época, o candidato a governador Barros Munhoz, mesmo com o apoio da máquina do estado, comandado pelo então peemedebista Luiz Antônio Fleury Filho, teve apenas 11,3% dos votos na disputa pelo governo.

De lá para cá, o partido teve votação de "nanico", inferior a 5%, em todas as eleições para o Palácio dos Bandeirantes, mesmo quando o candidato foi Orestes Quércia, líder do PMDB paulista até sua morte, no ano passado. A decadência eleitoral dos peemedebistas também é evidenciada pelo número de deputados eleitos por São Paulo para a Câmara Federal. Em 1994, o partido elegeu 14 dos 70 integrantes da bancada paulista. Nas eleições seguintes, esse número caiu para cinco, quatro, três e, agora, apenas um.

Apesar de não ter peso eleitoral, a legenda é organizada em todo o estado e desfrutará do segundo maior tempo no horário eleitoral das eleições municipais do ano que vem. É um patrimônio dos mais atrativos para políticos que buscam voos mais altos, como Skaf e Chalita.

Para o cientista político Carlos Melo, do Insper, Chalita — que já foi do PSDB e está se desligando do PSB — chegará ao PMDB com uma base consolidada entre os eleitores católicos e poderá se apresentar como alternativa à polarização PSDB-PT na disputa pela Prefeitura de São Paulo. "É um político jovem, com fama de ter boa presença na televisão. Poderá se contrapor aos rostos de José Serra ou José Aníbal, por um lado, e de Aloizio Mercadante ou Marta Suplicy, por outro", afirma ele.

Melo destaca ainda que, mesmo na hipótese de não "decolar" em 2012, Chalita tende a ser figura-chave na eleição municipal. "Em um segundo turno, ele tem canais de negociação com PT, PSDB e até com o PSD. Não há portas fechadas — ou seja, nada mais PMDB do que isso."

A futura candidatura do deputado à prefeitura paulistana foi negociada com o vice-presidente Michel Temer, um dos líderes do PMDB nacional, mas que detinha pouco poder no âmbito local até a morte de Quércia.

Já a adesão de Skaf ocorre às 15h desta quarta-feira, na sala da liderança do partido no Senado, em Brasília. “Foi um processo longo, mas valerá a pena para todos”, disse o presidente peemedebista, Valdir Raupp. Aos 55 anos de idade e desde 2004 à frente da Fiesp — a mais poderosa federação de indústrias do Brasil —, Skaf faz parte da tática do PMDB de atrair lideranças empresariais para as eleições de 2012 e 2014. Também está na mira o presidente da Fiemg, Olavo Machado Júnior.

Skaf já realizou uma campanha milionária e fracassada para chegar ao governo de São Paulo no ano passado. Mesmo com a ajuda do marqueteiro Duda Mendonça, terminou com 2% dos votos. Em busca de melhores condições para voltar a concorrer ao cargo, ele deixou o PSB – aliado ao governador Geraldo Alckmin, potencial candidato à reeleição – para ajudar a revigorar o PMDB no estado.

Da Redação, com agências