Direção e militância do PCdoB debatem crise política em Campinas
O PCdoB de Campinas realizou reunião ampliada de seu Comitê Municipal para debater a crise política instalada em Campinas. Foram convocados os principais quadros do Partido. Mais de 100 militantes e lideranças partidárias responderam ao chamado e participaram da plenária.
Publicado 31/05/2011 17:10 | Editado 04/03/2020 17:17
A crise começou com a expedição de 20 mandados de prisão contra empresários e membros do primeiro escalão do governo – incluindo o vice-prefeito Demétrio Vilagra e a primeira dama e chefe de Gabinete, Rosely Nassim – sob a acusação de participarem de um suposto esquema de fraudes em contratos públicos.
O presidente municipal do PCdoB, João Raimundo (Kiko) iniciou as intervenções, apresentando a opinião da Comissão Política. A direção considera que o momento é de agir com responsabilidade e serenidade, acompanhando o desenrolar dos acontecimentos. O Partido exige a apuração e investigação das denúncias, bem como o indiciamento de pessoas que possam ter cometido delitos, sempre garantindo-lhe amplo direito de defesa. A direção considera precipitadas ações que promovam o prejulgamento e a execração pública dos envolvidos antes de uma decisão da justiça.
Gustavo Petta, secretário municipal de Esportes, reafirma a importância de não condenar antecipadamente pessoas que, até o momento, não foram indiciadas. Para ele, isso não significa isentar ninguém de responder por possíveis delitos. Gustavo considera que é preciso preservar as conquistas obtidas através desse projeto e que, para isso, o governo deve demonstrar publicamente seu interesse nas apurações e precisa também fazer uma recomposição que permita a recuperação de sua ação política.
Para o vereador Sérgio Benassi (PCdoB/Campinas) toda a militância partidária dever ter consciência de que há uma crise política instalada na cidade e que ela é grave. “Isso é fundamental para compreendermos e enfrentarmos o problema”, afirma. Benassi reitera que não se pode aceitar a prática de nenhum delito, principalmente num governo do qual o Partido participa. O vereador finalizou que é importante que o governo recupere a condição para continuar governando a cidade e executando as políticas públicas que Campinas necessita – enquanto as investigações prosseguem.
Após as exposições dos membros da direção municipal, o debate foi aberto. E as polêmicas surgiram. Houve desde quem concordasse com os encaminhamentos da direção até quem não aceitasse, apoiando a condenação antecipada e propondo a saída do governo. Mas, ao final prevaleceu a posição de que o Partido deve que manter sua tática, à luz das orientações dos Comitês Central e Estadual e de seu projeto político.
De Campinas,
Agildo Nogueira Junior